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segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Lançamento do Livro "Poemas sem Preconceito" - de Ary Heck


Ary Heck, escritor, ativista dos Direitos Humanos dos portadores de deficiência, Vereador de destaque e colega do Judiciário Federal convida para o lançamento do Livro Poemas sem Preconceito na Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 04 de novembro de 2007, às 17:30h no Pavilhão de Autógrafos da Feira.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Revolução Russa: um sonho de liberdade e emancipação


Desde o início dos tempos, o sonho maior do homem é a conquista da liberdade e emancipação em sua relação com a natureza e com o próprio homem. Dos tempos mais antigos, em 70 antes de Cristo, uma tentativa acontece para tornar real um sonho dos mais conhecidos, o sonhado por Espártacus e mais outros milhares de escravos. Ousadia rebelde que humilha o Império Romano com duas grandes derrotas militares.
Muitas outras batalhas são travadas no tempo. O objetivo estratégico é de construir um novo homem/nova sociedade: sem classes, libertária e igualitária.
O Quilombo dos Palmares de Zumbi foi um sonho. Canudos de Antonio Conselheiro outro. A Comuna de Paris mais um. E a Revolução Russa o maior de todos. No século XIX, os ideais libertários e emancipatórios empolgam as massas trabalhadoras e as põem em marcha pela conquista do sonho. Os ideais de Saint Simon, Fourier, Owen, Proudhon, Kropotkin e de outros socialistas não marxistas, mais os de Marx, Engels, Trotski, Lênin e de outros marxistas, abriram caminhos para a classe trabalhadora travar suas lutas por profundas mudanças socioeconômicas que a levassem à democracia, à sociedade socialista rumo à comunista.
A Revolução Russa foi um dos ápices desse momento histórico. Talvez o mais grandioso de todos. Depois de um processo de meses de lutas políticas, os trabalhadores revolucionários decretam o fim do governo provisório e entregam o poder ao Conselho de Petrogrado no dia 25 de outubro de 1917. Neste dia nasce a República Socialista Soviética, com ela o primeiro estado socialista da história. A Revolução Russa foi obra do sonho sonhado por milhões de operários, camponeses e soldados.
A experiência socialista soviética foi breve. Oficialmente dura pouco mais de 70 anos. No entanto, o início do sonho se dá muitos anos antes. Acontece quando a liderança "revolucionária" realiza a substituição do governo autogestionário dos Conselhos por uma máquina burocrática ditatorial e policial, controlada por um só partido e este por um só homem. Mas o sonho socialista soviético marca profundamente o século XX. Tanto que Eric J. Hobsbawn afirma: O século XX começa em 1917 e termina em 1989, com a queda do Muro de Berlim.
Mas o sonho não acabou com o fim da União Soviética. Mesmo porque os novos tempos dos século XXI trazem a informalidade, desemprego e exclusão social estruturais para a maioria da classe trabalhadora mundial. E esta, mais uma vez, é obrigada a se pôr na luta pela construção de um outro mundo possível. Como afirma Marx: "A emancipação dos trabalhadores será feita pelos próprios trabalhadores".
No contexto político e ideológico dos dias atuais, a luta pelo fim da sociedade capitalista passa pela radicalização das lutas pela construção de uma democracia participativa em todo mundo e um combate profundo e sem tréguas à alienação dos trabalhadores. As ilusões produzidas pelo capital os aprisiona a um viver subordinado, alienado e alienante, individualista e egoísta. Para o capital não passam de uma mercadoria, assim como tudo em sua volta. (...)
A sociedade capitalista do espetáculo da mídia, da aparência da cópia, do uso efêmero e do desempenho do homem máquina, jamais deixará de explorar e oprimir o ser humano. Mas a ela o homem sempre reagirá!
- Porque não se pode viver sem amar a si e ao outro, aprisionado pelo apego alienado e insaciável à propriedade privada de todos e de tudo existente em nosso planeta.
- Porque não se pode tolerar ser apenas uma caricatura e não um ser humano, produzida por um viver que reconhece as pessoas pelo que elas têm e não pelo que são.
- E porque não se pode aceitar a ditadura cruel e perversa de uma economia voltada para que poucos tenham muito e muitos tenham pouco.
Portanto, torna-se imperioso continuar lutando pelo fim da exploração e opressão do homem pelo homem.
VIVA A REVOLUÇÃO RUSSA E SEUS 90 ANOS!
O SONHO NÃO ACABOU!
TRABALHADORES DO MUNDO UNÍ-VOS!
Debate: 90 Anos da Revolução Russa - "O sonho não acabou!"
25 de Outubro de 2007 - Espaço Cultural dos Bancários de Curitiba

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Trabalho precário afeta mais os jovens


Dois em cada três jovens trabalhadores não têm carteira assinada na América Latina. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, eles ganham a metade do mínimo de seus países e não contam com direitos sociais.
O que mais diferencia os jovens dos adultos na América Latina, segundo o relatório Juventude e Trabalho Decente na América Latina, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), é o tipo de emprego a que eles têm acesso. Segundo a OIT, dois de cada três jovens que trabalham estão em atividades informais. As características desse tipo de trabalho são salários menores que o mínimo de cada país e a falta de cobertura da previdência social. Um jovem ganha, em média, 56% menos do que o adulto.
De acordo com o relatório, os jovens aceitam empregos precários esperando acessar melhores postos de trabalho no futuro. “Normalmente, o jovem entra no mercado de trabalho de forma temporária ou numa função terceirizada, esperando a contratação definitiva”, concorda Welington Messias Damasceno, coordenador da Juventude da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) e da Comissão de Jovens Metalúrgicos do ABC.
Porém, segundo ele, a contratação formal e estável nunca acontece. “As empresas raramente renovam os contratos de companheiros temporários ou terceirizados para sempre aproveitarem da grande massa de jovens trabalhadores à espera de uma vaga”, afirma Welington.
Ele aponta ainda a educação deficitária e a baixa qualificação deste segmento de trabalhadores como circunstâncias que empurram o jovem à informalidade. “Falta a eles acesso a meios mínimos exigidos pelo mercado”, explica.
Somado a tudo isto, afirma Welington, os jovens em tempo de serviço militar são ainda mais discriminados.
A juventude trabalhadora na América Latina
• 106 milhões de jovens entre 15 e 24 anos vivem na região.
• 48 milhões trabalham.
• 48 milhões não trabalham e não procuram emprego.
• Dos que trabalham, 31 milhões realizam atividades precárias (não têm direitos sociais).
• 2 de cada 3 em trabalho precário não estudam.
• Dos que estão fora do mercado de trabalho, apenas 40% frequentam a escola.
• 22 milhões não trabalham nem estudam.

Fonte: http://www.cut.org.br/ - Publicado: 24/10/007 Por: Relatório Juventude e Trabalho Decente na América Latina e no Caribe - OIT

Histórico da violência das Milícias Privadas na Região Oeste do Paraná

Há quase um ano, organizações de Direitos Humanos denunciam a atuação de milícias privadas na Região Oeste do Estado do Paraná, nas cidades de Cascavel e Santa Tereza do Oeste. A Policia Militar, a Policia Civil e a Policia Federal do Estado do Paraná tinham plena consciência de que os fazendeiros e a transnacional Syngenta Seeds estavam contratando milícias armadas para ameaçar e agredir movimentos sociais da região. Todos os fatos ocorridos são objeto de Inquérito Policial, na cidade de Cascavel e Santa Tereza do Oeste.
Primeiro Fato
No dia 30 de novembro de 2006, durante o encerramento da Jornada da Educação na Reforma Agrária promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, em Cascavel, os trabalhadores rurais foram violentamente agredidos por integrantes da Sociedade Rural Oeste (SRO).Para encerrar o evento de educação que aconteceu de 26 a 30 de novembro, em Cascavel, os participantes da jornada, trabalhadores rurais, pequenos agricultores e estudantes, organizaram uma marcha até a fazenda experimental da Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, com o objetivo de realizar o plantio de araucária, simbolizando a educação e a defesa da biodiversidade. A fazenda desapropriada em novembro do ano passado pelo governo do Estado do Paraná seria destinada a pesquisas voltadas ao desenvolvimento de modelos agrícolas sustentáveis na região de ocorrência da floresta estacional semideciudal, em atendimento aos objetivos da Lei 14.980, de 28 de dezembro de 2005, que instituiu o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia – CPRA, de acordo com o Decreto 7487, publicado em 09 de novembro.Ocorre que, enquanto os participantes da Jornada se dirigiam até a fazenda, ainda dentro dos ônibus, na estrada Cascavel/Foz do Iguaçu, foram parados em um bloqueio feito pela Sociedade Rural do Oeste, onde os integrantes, liderados pelo presidente Alessandro Meneghel os aguardavam, com pedaços de pau, barras de ferro e armas de fogo. De acordo com o jornal Gazeta do Povo, do dia 01 de dezembro de 2006, página 4: “o presidente da Sociedade Rural do Oeste (SRO), Alessandro Meneghel, comandou os ruralistas que, de mãos dadas e portando pedaços de paus, fizeram uma barreira humana na rodovia”.
Os trabalhadores foram obrigados a descer dos ônibus e continuar a pé pela estrada, desviando do bloqueio, passando pela outra pista da estrada. Ainda assim, quando passavam pelo bloqueio, os ruralistas começaram a gritar e ofender os trabalhadores, dando tiros para o alto, até que partiram para a agressão física, com paus, ferros e utilizando cavalos para pisotear os trabalhadores. Além da “ação” do dia 30 de novembro, os ruralistas deixaram claro que as agressões estão apenas começando e que fará uma ofensiva para deter os trabalhadores rurais, inclusive contratando seguranças.O presidente da Sociedade Rural, Alessandro Meneghel declarou expressamente à Folha on Line, que a entidade vai contratar milícias para combater as ocupações: “Ele disse que, a cada nova reintegração de posse que a Justiça determinar e o governo não cumprir, os próprios ruralistas vão retirar os sem-terra das propriedades. ‘Vamos contratar seguranças e nós mesmos faremos a reintegração’.”
(disponível http://www1.folha. uol.com.br/folha/Brasil/ult96u87283.shtml).
Após os fatos os cinco trabalhadores rurais que ficaram feridos, foram até a Delegacia local e fizeram Boletim de Ocorrência para que os fatos fossem devidamente apurados.Três ruralistas também procuraram a Delegacia para prestar queixa contra os trabalhadores rurais. Foi instaurado Termo Circunstanciado (Autos 2007.0000004-9- JECRIM – Cascavel) para apurar os fatos e designada audiência preliminar para o dia 23 de janeiro de 2007.A audiência, ainda que se tratasse de assunto extremamente importante e apurasse fatos que envolviam agressões físicas e uso de armas, não foi presidida pela juíza titular do Juizado Especial Criminal, mas sim pelo Bacharel Conciliador Evaldo Antonio Gaidargi.
Segundo Fato
Durante a audiência para apurar as agressões sofridas, o ruralista Alessandro Meneghel, ao ser questionado pelo conciliador se havia possibilidade de conciliação, se exaltou e agrediu verbalmente os trabalhadores rurais ali presentes chamando-os de “ladrões” e “vagabundos”.Após, tentou agredir fisicamente os trabalhadores e foi contido pelo conciliador e pelo advogado da Terra de Direitos, Vinicius de Oliveira, a quem ameaçou por diversas vezes, inclusive chamando-o também de “ladrão” e “vagabundo”.Além de tais ofensas, o ruralista praticou um crime ainda mais grave contra a trabalhadora rural Célia Aparecida Lourenço chamando-a de “negrinha vagabunda”, caracterizando o crime de injúria qualificada, previsto no artigo 140, § 3º, do Código Penal brasileiro.Ainda que todos tenham ouvido a ofensa nada foi feito pelo Conciliador e, mesmo tratando-se de caso de flagrante delito Alessandro Meneghel, não foi tomada qualquer atitude pelas autoridades policiais e judiciais presentes. Os advogados da Terra de Direitos requereram ao conciliador que constasse na Ata de Audiência as agressões desferidas por Alessandro Meneghel, inclusive o crime praticado contra Célia Lourenço, todavia, o mesmo indeferiu o pedido.Como não foi possível a realização da audiência diante da conduta do ruralista, a mesma foi redesignada para maio deste ano. Após a audiência Alessandro Meneghel ainda agrediu alguns trabalhadores rurais que estava do lado de fora do Fórum, aguardando os companheiros que estavam na audiência.Em seguida dirigiu-se à Delegacia de Cascavel, onde fez um Boletim de Ocorrência contra o advogado da Terra de Direitos, Vinicius de Oliveira, alegando que o advogado o tinha ameaçado.Os advogados da Terra de Direitos, acompanhados dos trabalhadores rurais também se dirigiram à Delegacia para denunciar os crimes cometidos na audiência pelo ruralista e lavraram dois Boletins de Ocorrência: um, de Célia Lourenço, por injuria qualificada e outro, do advogado Vinicius de Oliveira, por injúria e ameaça.Cumpre ressaltar que os advogados da Terra de Direitos precisaram de escolta policial para deixar a Delegacia, haja vista que foram seriamente ameaçados por Alessandro Meneghel e Vanderlei José dos Campos Junior. Inobstante todas as agressões e ameaças, Alessandro Meneghel ainda procurou a imprensa local de Cascavel para tentar distorcer os fatos e dizer que foi ameaçado e agredido pelos trabalhadores rurais.Instaurado Inquérito Policial para averiguar os fatos ocorridos durante a audiência de tentativa de conciliação, os envolvidos, a trabalhadora rural Célia Lourenço, o advogado Vinicius Gessolo de Oliveira e os ruralistas Alessandro Meneghel e Vanderlei Jose de Campos Junior foram intimados para prestar depoimento na Delegacia de Cascavel. Coincidentemente poucos dias após Alessandro Meneghel prestar o depoimento no caso, os trabalhadores rurais foram ameaçados em uma ligação telefônica.
Terceiro Fato
No dia 27 de março de 2007, uma pessoa não identificada ligou, de um telefone público, localizado no centro da cidade de Cascavel, para a Secretaria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Cascavel e disse para Ivonete Aparecida Oliveira de Jesus (que atendeu ao telefone), que avisasse Celso Ribeiro Barbosa, Célia Lourenço e Valmir Mota de Oliveira (Keno - assassinado em 21.10) tomarem cuidado porque “a UDR estava preparando uma armadilha para eles”.Os trabalhadores então procuraram a Delegacia de Policia e fizeram Boletim de Ocorrência narrando os fatos. Salienta-se que a pessoa que fez a ligação disse textualmente os nomes de Célia, Celso e Valmir.
Quarto Fato
Na data de 25 de abril de 2007, um grupo de ruralistas da região oeste do Paraná, liderados por Alessandro Meneghel, presidente da Sociedade Rural do Oeste (SRO), criou o Movimento dos Produtores Rurais (MPR).DE acordo com declarações à imprensa de seus membros, o MPR tem o objetivo de patrocinar milícias privadas contra os trabalhadores rurais sem terra e promover ações de desocupações ilegais em áreas ocupadas pelos trabalhadores, nos mesmos moldes do antigo Primeiro Comando Rural.Sua primeira ação, segundo Alessandro Meneghel, ocorreu em 21 de abril de 2007, quando um grupo de “seguranças” contratados pela entidade ruralista promoveu ilegalmente a desocupação da fazenda Gasparetto, em Lindoeste, que estava ocupada por, aproximadamente, 60 famílias do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), deixando vários feridos.A milícia privada foi contratada pelo MPR com dinheiro arrecadado por um fundo criado pelo referido movimento, especialmente para arrecadar dinheiro para o pagamento de pistoleiros, sendo que cada integrante do MPR (já são cerca de 300 inscritos) irá contribuir mensalmente com valores entre R$ 100,00 (cem reais) e R$ 200,00 (duzentos reais), dependendo do tamanho da propriedade.De acordo com Alessandro Meneghel “é um fundo para quando houver alguma invasão e tivermos que contratar segurança ou advogado, o que for preciso para defender o direito de propriedade".Importante esclarecer que, como restou demonstrado pelo despejo ilegal ocorrido em Lindoeste e pelas declarações do ruralista, a intenção do MPR não é a de “contratar empresas de segurança para proteger as propriedades”, mas sim de patrocinar milícias para promover despejos ilegais, o que caracteriza crime.A formação de grupos paramilitares é vedada pela Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso XVII, o que já seria suficiente para a impedir a formação do movimento dos ruralistas e para punir as condutas ilegais praticadas pelos seus membros.
Quinto Fato
No dia 20 de julho no assentamento Olga Benário, localizado no município de Santa Teresa do Oeste, ao lado da fazenda experimental da Syngenta, famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram gravemente ameaçadas por “seguranças” fortemente armados, contratados pela referida empresa multinacional.Conforme Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Santa Tereza do Oeste, sob o n° 108/07, “seguranças da empresa Syngenta invadiram seu terreno, e lá permaneceram por mais ou menos uns quarenta minutos”. Segundo relatos dos agricultores, estes indivíduos efetuaram disparos de arma de fogo de grosso calibre durante a noite, sendo que ameaçaram inclusive crianças do local.Relatam ainda que os “seguranças” apontaram e até mesmo engatilharam as armas de fogo contra a senhora CARMÉLIA PADILHA PEREIRA (conforme cópia do boletim de ocorrência que segue em anexo). Ao final, atiraram contra uma bandeira do MST, e a levaram embora como forma de intimidar as famílias.
Sexto Fato
Em setembro de 2007, após denúncia da Terra de Direitos, organização civil pelos Direitos Humanos, a Polícia Federal fez uma operação na empresa de segurança NF Segurança. A diretora da empresa – Maria Ivanete Campos de Freitas - foi presa e seu proprietário fugiu. A munição e as armas utilizadas pela Empresa eram ilegais. Foi instaurado um inquérito policial ( IPL 383/07) para apurar os fatos.
Fonte: http://www.mst.org.br/mst/pagina.php?cd=4379

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Mulheres do Mundo Transformando a Economia!

A Marcha Mundial de Mulheres organiza, juntamente com a Rede Economia e Feminismo, o Seminário Economia, Feminismo e Desenvolvimento: Mulheres do Mundo Transformando a Economia, no dia 27 de outubro do corrente ano, das 8:30 às 18h, na Casa dos Bancários. Estamos atentas à participação dos diversos grupos de mulheres da economia solidária, militantes da Marcha. Os grupos estão diretamente envolvidos na organização, na preparação dos materiais de divulgação e para o dia do evento (faixas, banners, crachás e as sacolas).
OBJETIVO
Tem como um dos objetivos fomentar o debate acerca da sustentabilidade e produção nos empreendimentos econômicos solidários formados por mulheres. Este evento busca aproximar o debate entre e a Economia Solidária e Feminismo, tendo o objetivo de contribuir com a construção de alternativas para promover a melhoria da qualidade de vida das mulheres, sua sustentabilidade sem perder de vista a preservação do meio ambiente.
PROMOÇÃO
Este seminário é promovido pela MTE/SENAES – através do Programa de Promoção de Desenvolvimento Local e Economia solidária e o Ministério do Desenvolvimento Agrário - Programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia.
PARCERIAS
Contamos com várias parcerias que estão sendo fundamentais para a construção deste seminário: o Sindicato dos Bancário, com o empréstimo do local, as cooperativas Consol e GiraSol, com apoio aos lanches, e da Fetraf contribuindo com o deslocamento das companheiras da Agricultura Familiar, com representatividade dos municípios.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
A Rede ABRAÇO fará a cobertura de rádio do seminário, disponibilizando boletins e reportagens para as rádios comunitárias de todo o Estado.
Dúvidas devem ser enviadas para o email- mmm_rs2004@yahoo.com.br.

Realizaremos, também, no dia 28/10 – a partir das 8:30 a Plenária Estadual da MMM para o Fórum Gaúcho de Economia Popular Solidária.
MULHERES DO MUNDO TRANSFORMANDO A ECONOMIA!!!!

domingo, 21 de outubro de 2007

Cooperativismo - solução consciente - Conheça aqui a Cooperativa GiraSol

Texto extraído do sítio: http://www.coopgirasol.com.br/
Amigo/companheiro simpatizante da economia solidária:
Somos um grupo de trabalhadores, companheiros e militantes – profissionais de diferentes áreas da região de Porto Alegre-RS, Brasil, que têm em comum o entusiasmo pela economia solidária enquanto caminho para desenvolvimento de relações econômicas mais justas e sustentáveis. Este entusiasmo, para além das convicções ideológicas, tem como base a atuação de grande parte de seus integrantes como assessores, apoiadores ou gestores públicos vinculados a projetos, empreendimentos e políticas públicas de fomento à EPS ou à militância social em outras áreas. Estamos trazendo até você a idéia de, juntos, tocarmos para frente uma cooperativa. Uma cooperativa de novo tipo, diferente das tradicionais, que seja participativa, solidária, autogestionária, que se envolva na promoção de outros empreendimentos solidários, em campanhas por um consumo consciente, que estabeleça relações comerciais justas com a pequena produção, que pesquise alternativas de produtos viáveis aos empreendimentos, que combine empreender com um modo de vida mais justo e sustentável. A idéia – A proposta é a organização de uma cooperativa de comércio justo e consumo consciente com o objetivo de oferecer, através de uma rede organizada de consumidores, produtos da economia popular solidária, que sejam alternativos ao que cotidianamente compramos nas grandes cadeias de hipermercados; nossa cooperativa promove também a comercialização desta produção em outras áreas do mercado, contribuindo assim no desenvolvimento de empreendimentos rurais e urbanos, especialmente as pequenas cooperativas agroecológicas, agroindústrias e outros grupos. As duas idéias-força da cooperativa: comércio justo e consumo consciente. O Comércio Justo – parceria entre pequena produção, comercialização e consumo para promover o acesso dos produtos a mercados solidários ou não, através da equidade comercial, do preço justo, da qualidade das mercadorias, tendo por base um projeto de desenvolvimento sustentável. O Consumo Consciente – o consumo exerce atualmente um poder enorme sobre nossa forma de vida e a organização da economia; junto com as relações de trabalho, as relações de consumo são hoje um dos principais instrumentos de controle social. Daí o seu caráter estratégico na transformação e construção de um mundo mais justo e sustentável. O Consumo Consciente resulta do questionamento sobre o que consumimos – necessidades reais versus consumismo, qualidade, preço e origem versus produto da moda; sobre quem beneficiamos ao consumir determinado produto – os pequenos produtores ou o grande capital; e sobre qual o papel que as relações de consumo exercem na sustentação do modelo econômico vigente em contraposição ao seu papel estratégico para a construção de novas práticas baseadas na valorização do homem e da natureza, na justiça e na eqüidade. Para isto é necessário ação, mudança de hábitos, busca de novos produtos e fornecedores, enfim, praticar o consumo consciente. A Economia Popular Solidária (EPS) – forma de organização da atividade econômica em que os trabalhadores e as trabalhadoras organizam-se em torno de pequenos empreendimentos coletivos e ou familiares que têm como características: a viabilização dos recursos necessários para o sustento destas pessoa, a cooperação, a solidariedade, a autogestão e a valorização do meio ambiente. Desafios/objetivos Empreender - assumir as práticas e os riscos inerentes à viabilização econômica e social de um empreendimento de EPS. Isto implica, além da mudança de papel – militantes que se transformam em empreendedores -, também a construção no dia a dia de valores e princípios que norteiam a economia solidária. Trabalhar em Redes - Além do desafio cotidiano da construção coletiva, pretendemos o estabelecimento de relações de cooperação e de integração com produtores, consumidores e movimentos sociais.
Educar para um novo consumo - Consumidores Conscientes – ampliar a rede de consumidores através da promoção de atividades de formação e eventos culturais, além do desenvolvimento de pesquisas e estudos sobre todos os aspectos referentes ao consumo. Com estas propostas e com outras que você com certeza deve ter é que queremos tocar para frente nossa cooperativa. Convidamos você a ser um destes tocadores!
Como fazer parte da rede ou adquirir produtos:
no endereço da GiraSol na internet: www.coopgirasol.com.br, pelo email coopgirasol@gmail.com ou pelos fones: (51) 8449-4778, 8404-6136 e 9208-9643.
Endereço: Praça Piratini, 141 - Santana - Porto Alegre-RS (em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos)

Dez anos sem Paulo Freire

Ninguém educa ninguém;
Ninguém se educa sozinho
Os homens se educam na relação
Mediatizado pelo mundo.

Paulo Freire, Educador e escritor de Pedagogia do Oprimido.

Saiba quem foi Paulo Freire:
Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco, uma das regiões mais pobres do país, onde logo cedo pôde experimentar as dificuldades de sobrevivência das classes populares. Trabalhou inicialmente no SESI (Serviço Social da Indústria) e no Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife. Ele foi quase tudo o que deve ser como educador, de professor de escola a criador de idéias e "métodos"
Sua filosofia educacional expressou-se primeiramente em 1958 na sua tese de concurso para a universidade do Recife, e, mais tarde, como professor de História e Filosofia da Educação daquela Universidade, bem como em suas primeiras experiências de alfabetização como a de Angicos, Rio Grande do Norte, em 1963.
A coragem de pôr em prática um autêntico trabalho de educação que identifica a alfabetização com um processo de conscientização, capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua libertação fez dele um dos primeiros brasileiros a serem exilados.
Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard, em estreita colaboração com numerosos grupos engajados em novas experiências educacionais tanto em zonas rurais quanto urbanas. Durante os 10 anos seguintes, foi Consultor Especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional junto a vários governos do Terceiro Mundo, principalmente na África. Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil para "reaprender" seu país. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, tornou-se Secretário de Educação no Município de São Paulo, maior cidade do Brasil. Durante seu mandato, fez um grande esforço na implementação de movimentos de alfabetização, de revisão curricular e empenhou-se na recuperação salarial dos professores.
A metodologia por ele desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização e, por isso, ele foi acusado de subverter a ordem instituída, sendo preso após o Golpe Militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, foi convencido a deixar o país. Exilou-se primeiro no Chile, onde, encontrando um clima social e político favorável ao desenvolvimento de suas teses, desenvolveu, durante 5 anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Foi aí que escreveu a sua principal obra: Pedagogia do oprimido.
Em Paulo Freire, conviveram sempre presente senso de humor e a não menos constante indignação contra todo tipo de injustiça. Casou-se, em 1944, com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, uma ex-aluna.
Paulo Freire é autor de muitas obras. Entre elas: Educação: prática da liberdade (1967), Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné-Bissau (1975), Pedagogia da esperança (1992) À sombra desta mangueira (1995).
Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas homenagens. Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão honorário de várias cidades no Brasil e no exterior.
A Paulo Freire foi outorgado o título de doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades. Por seus trabalhos na área educacional, recebeu, entre outros, os seguintes prêmios: "Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento" (Bélgica, 1980); "Prêmio UNESCO da Educação para a Paz" (1986) e "Prêmio Andres Bello" da Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continentes (1992). No dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro, intitulado "Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa". Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio.

Fonte: www.paulofreire.org - Instituto Paulo Freire

domingo, 14 de outubro de 2007

CPERS utiliza correntes para chamar a atenção dos gaúchos


A comunidade gaúcha vem recebendo os alertas da classe dos trabalhadores e das trabalhadoras em educação desde longa data. A qualidade do ensino público no Brasil e no Estado dependem da forma como encaramos esse problema que se agrava a cada dia. As notícias que nos chegam dão conta de que a situação dos professores e das professoras no estado está insustentável. Desde o início do governo Yeda/Feijó não tem havido diálogo entre o poder público e os educadores. Apesar dos esforços do CPERS e das pressões de pais e de alunos em todo o RS, a Secretaria de Educação não tem recebido a classe dos educadores e não tem mostrado disposição de atender à pauta de reivindicações ue se acumula com perdas desde o governo desastroso de Germano Rigotto. Em 19 de março desse ano, a diretora da Escola Estadual Marina Martins de Souza, de Porto Alegre, Maria Cândida Aquino, foi agredida por uma mãe de aluno, que cobrava professor para o filho, da 2ª série, que durante todo o mês de março não teve aula. A Brigada Militar foi acionada, mas só chegou à Escola após a ter se consumado e a mãe já ter ido embora. A diretora registrou ocorrência. A mãe ameaçava demolir a escola com “gangues”.
Em abril, os educadores acamparam na sede da Secretaria de Educação e lá passaram toda a noite em vigília, desde o dia 30, a fim de serem recebidos pela SEC em audiência e iniciar a negociação acerca das necessidades do setor. Os educadores somente deixariam o local quando o governo do Estado apresentasse soluções concretas para os problemas da educação pública no Rio Grande do Sul, que se acentuaram com o início do ano letivo, em 1º de março.
Na madrugada do dia 11/10, para denunciar aos riograndenses o quadro de estagnação e de políticas equivocadas aplicadas ao setor, o CPERS-Sindicato prenderam-se com correntes às portas do Palácio Piratini. Acorrentados antes do alvorecer, os educadores e as educadoras gaúchas trazem à tona, mais uma vez, a preocupação de todos com o descaso e o desrespeito que o “novo jeito de governar” vem conduzindo a política de construção do ensino público de qualidade. Aliados às mais diversas categorias de trabalhadores organizados: metalúrgicos, enfermeiros, serventuários da justiça e servidores da justiça federal, trabalhadores dos Correios, da Saúde e da administração, entre outros, os educadores arrancaram espaço na mídia para sensibilizar os gaúchos quanto ao desmonte do Estado e da educação.A presença de parlamentares em apoio à ação foi essencial para deter a Polícia Militar, que ameaçou usar a força para retirar os manifestantes da porta do Palácio, em torno das 6:30h da manhã. Ainda com a intermediação dos parlamentares, obteve-se uma reunião com o secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Fernando Záchia, que se comprometeu a designar, até a próxima segunda-feira, um interlocutor do governo para negociar as reivindicações do CPERS/Sindicato. A manifestação foi encerrada com uma assembléia popular que aprovou manifesto com reivindicações da comunidade escolar. Os estudantes retiraram as correntes, simbolizando a unidade da comunidade escolar na luta contra o desmonte do estado e da educação. Veja, a seguir, o manifesto aprovado.

MANIFESTO DA COMUNIDADE ESCOLAR GAÚCHA EM DEFESA DO ENSINO PÚBLICO
Nós, trabalhadores em educação, pais e estudantes da rede estadual de ensino, reunidos em Assembléia Popular, manifestamos nosso repúdio à política de educação do governo do Estado. Desde o início do ano letivo, a comunidade escolar gaúcha vem demonstrando seu descontentamento com esta política de sucateamento da escola pública aplicada por Yeda e Mariza Abreu.
O quadro hoje instaurado na educação do Rio Grande do Sul é do mais absoluto caos. Aliás, promovido pelo próprio governo, com o objetivo de municipalizar e privatizar o ensino. Isto tudo está consubstanciado pelo corte de 30% da verba da autonomia financeira das escolas, pela suspensão de obras e licitações, pela falta de professores e de funcionários, pelo fechamento de bibliotecas e de laboratórios de informática e de ciências, pela suspensão dos serviços de orientação educacional e de supervisão pedagógica, pela enturmação e multisseriação e pelos salários aviltantes pagos aos trabalhadores em educação.
Para piorar este quadro, o governo gaúcho apresenta à sociedade o Sistema de Avaliação da Educação no Rio Grande do Sul, o Saers. Com este sistema, será alargado ainda mais o fosso da exclusão, com as escolas mais carentes sendo abandonadas a partir de um falso discurso de busca da excelência.
Diante de todos estes ataques e das novas medidas neoliberais do pacote anunciado pelo governo Yeda, que prevê aumento de impostos, congelamento de salários e novas privatizações, a comunidade escolar gaúcha torna público o seu repúdio ao conjunto das políticas que não enfrentam os reais problemas do Estado e ameaçam o direito dos trabalhadores a um serviço público de qualidade.
- EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE!
- NÃO À ENTURMAÇÃO E À MULTISSERIAÇÃO!
- NÃO AO PACOTE QUE AUMENTA IMPOSTOS E CONGELA OS SALÁRIOS DOS TRABALHADORES!
- PAGAMENTO INTEGRAL E AUMENTO DAS VERBAS DAS ESCOLAS!
- REALIZAÇÃO IMEDIATA DE CONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DE ESCOLA!
- NÃO À MUNICIPALIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO DO ENSINO!
- ABAIXO O AUTORITARISMO E A PREPOTÊNCIA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO! FORA MARIZA!
- EM DEFESA DA AUTONOMIA E DA DEMOCRACIA NO INTERIOR DAS ESCOLAS PÚBLICAS! NÃO AO SAERS E ÀS AVALIAÇÕES EXTERNAS!
- REAJUSTE SALARIAL JÁ!
- BASTA DE ATAQUES AOS DIREITOS DOS TRABALHADORES! EM DEFESA DO IPE E DA PREVIDÊNCIA PÚBLICA! ABAIXO A REFORMA DA PREVIDÊNCIA! NÃO AOS FUNDOS DE PREVIDÊNCIA!
Porto Alegre, 11 de outubro de 2007
Cristina Lemos com informações do www.cpers.org.br

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

MST Cerca de 1,5 mil trabalhadores rurais marcham pelo Estado até o final do mês para desapropriação da fazenda Coqueiros


“CONTRA A intolerância dos ricos, a intransigência dos pobres”, já adiantou certa vez o sociólogo Florestan Fernandes. Fazendo jus às palavras do intelectual, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou mais uma atividade de peso para chamar a atenção da sociedade para a urgência da reforma agrária. Desde o dia 11, 1,5 mil sem-terra marcham pelo Rio Grande do Sul em direção à Fazenda Coqueiros, no Norte do Estado.
O latifúndio, de mais de 9 mil hectares, representa ao mesmo tempo a resistência do agronegócio gaúcho e a concentração de terras, que empobrecem cada vez mais os camponeses. Três marchas saíram da região metropolitana, Sul e Central, seguindo para a cidade de Coqueiros do Sul. A estimativa do MST é de que as marchas se encontrem na cidade no final do mês, quando ocorre um ato público em frente à fazenda. O dirigente estadual do MST, Mauro Cibulski, afirma que a marcha pretende expor dois tipos antagônicos de desenvolvimento no campo. “Estamos fazendo três marchas porque a reforma agrária está esquecida no Rio Grande do Sul. Hoje, está em curso um grande plantio de eucalipto para produção de celulose para exportação. A projeção de três grandes empresas é plantar 1 milhão de hectares de eucalipto, o que daria para assentar 43 mil famílias. Por isso, estamos fazendo essa denúncia”, explica. As marchas estão sendo feitas a pé e, em alguns percursos, de ônibus. As famílias estão passando por diversas cidades do interior gaúcho, onde debatem a situação da reforma agrária e os prejuízos da expansão da monocultura do eucalipto, principalmente na região Sul do Estado. Assentados de Hulha Negra, um município da região, já reclamam que caturritas – aves roedoras – devastam suas lavouras em busca de comida, pois o pínus e o eucalipto terminaram com a cadeia alimentar.
A Fazenda Coqueiros tem mais de 9 mil hectares, ocupando 30% do território de Coqueiros do Sul, no Norte gaúcho. A área ocupada pela propriedade corresponde a 9 mil campos de futebol, mas gera apenas 2 empregos fixos e 20 temporários. Além disso, o que a Coqueiros gera em impostos para a cidade é o mesmo valor obtido com quatro aviários de pequenas propriedades. Como outros latifúndios da região, a Coqueiros produz milho, soja e celulose para exportação. A propriedade é acusada de estar envolvida em crimes ambientais. Daí o motivo de o MST reivivindicá-la para desapropriação por interesse social. No entanto, não é apenas o MST que critica a existência da latifúndio. Apoio de prefeitosNo ano passado, mais de 20 prefeitos da região entregaram um documento ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, reivindicando a desapropriação da área. O prefeito de Coqueiros, Acácio de Souza (PDT), já demonstrou diversas vezes seu apoio à transformação da área em assentamento. Ele relata que a população da cidade – que vem se reduzindo nos últimos anos e hoje mal passa de 2 mil habitantes – não encontra mais motivos para permanecer no campo, principalmente os mais jovens. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já vistoriou a fazenda e enviou o pedido de desapropriação por interesse social à Brasília. O processo aguarda apenas a assinatura do presidente Lula. “Nos cinco primeiros anos de governo Lula, apenas 800 famílias foram assentadas no RS. Muitas estão há mais de cinco anos esperando o lote. Queremos a desapropriação já”, exige Cibulski, da direção estadual do MST. Nos municípios próximos a Coqueiros, críticos do MST encontram a prova de que a reforma agrária gera emprego e renda no campo, além de desenvolver as regiões em que é implementada. Nas cidades de Sarandi e Pontão ficam os assentamentos que surgiram à partir da desapropriação da Fazenda Annoni, que deu início à formação do MST, mas teve seu primeiro assentamento criado apenas em 1992. A área improdutiva de 9,8 mil hectares foi desapropriada em 1975, mas permaneceu em litígio judicial até 1987, quando cerca de 2 mil sem-terra ocuparam a área para pressionar a distribuição de terra. A Annoni ocupava áreas de cinco municípios na região. Com a sua desapropriação, cerca de 500 famílias foram assentadas. Pontão, que era um distrito, passou a ser cidade. O comércio do local se desenvolveu, foram criadas escolas e postos de saúde, melhorou o abastecimento de água, energia elétrica e telefone. Os agricultores assentados na antiga Annoni produzem hoje para o seu autoconsumo e para vendas externas. Eles também geram emprego a trabalhadores urbanos nos frigoríficos instalados na cidade.

Raquel Casiraghide Porto Alegre (RS)
Fonte: Jornal Brasil de Fato, Ano 5, n. 238 http://www.brasildefato.com.br/

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Recurso protelatório adia aprovação do projeto que amplia estabilidade do Dirigente Sindical

Aprovado conclusivamente na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) em 5 de setembro, o PLS 177/07, do senador Paulo Paim (PT/RS), que amplia o direito à estabilidade no emprego dos dirigentes sindicais para incluir os candidatos a membro do conselho fiscal de entidade sindical ou associação profissional desde o registro da candidatura até um ano após o final de seu mandato caso seja eleito, inclusive como suplente, poderá ser votado no plenário do Senado.

Recurso contra a decisão da CAS foi apresentado à Mesa Diretora pelos senadores Marconi Perillo (PSDB/G), Marisa Serrano (PSDB/MS), Renato Casagrande (PSB/ES), Maria do Carmo Alves (DEM/SE), Papeléo Paes (PSDB/AP), Flexa Ribeiro (PSDB/PA), Pedro Simon (PMDB/RS), Eliseu Resende (DEM/MG) e Neuto de Conto (PMDB/SC).

Comentário da Cris:
Companheiras e companheiros: precisamos avançar na regulamentação dos direitos ao exercício da atividade sindical no Brasil. Nossos dirigentes têm estado à mercê da boa-vontade dos patrões e das chefias para, em mesas de negociação, arrancar a liberação para mandato classista, para participação em eventos, em cursos de formação e para as mobilizações. A cada troca de gestão, mudam-se as políticas de relação com as entidades representativas dos trabalhadores e tem-se, novamente, de buscar uniformizar os tratamentos no grande grupo, a fim de evitar perseguições pessoais mascaradas com vedação de participação sindical.
O Brasil, por intermédio do Parlamento, deve ratificar a Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho, que garante a livre organização sindical e protege os trabalhadores para a atuação em defesa dos direitos da coletividade.
Essa luta é de todos nós!

fonte: DIAP e site DIEESE http://www.dieese.org.br/notatecnica/notatec22Convencao151.pdf

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

OAB nacional defende férias de juízes coincidindo com recesso judicial

O presidente nacional da OAB, Cezar Britto, defendeu ontem (03) que o período de férias dos magistrados brasileiros coincida com o período de recesso, ou de não publicação dos atos processuais. O objetivo é reduzir os problemas que têm sido gerados em função do sistema atual de férias da magistratura. “Seria uma alternativa. Coincidir as férias com esse período de não publicação de atos processuais, fazendo com que o advogado possa, também, descansar”. A afirmação foi dada por Britto durante entrevista concedida nesta manhã ao jornalista Heródoto Barbeiro, da Rádio CBN.

A seguir, trechos da entrevista concedida hoje pelo presidente nacional da OAB, Cezar Britto, à Rádio CBN:

P – Nos conversamos recentemente com um deputado federal que tem uma proposta de recuperação das chamadas férias coletivas do Poder Judiciário. Qual é a opinião do senhor a respeito disso?

R – As férias para todas as categorias são consideradas direito fundamental. Todo mundo tem direito a gozar porque é fundamental para o ser humano e para a dignidade da pessoa humana o justo descanso. (...) É preciso, então, compatibilizar o direito de férias dos magistrados e serventuários, sem que isso implique na revogação do direito a buscar o Judiciário. Os juízes têm argumentado e nós temos visto isso na prática que, quando não se tira férias coletivamente, os tribunais perdem a continuidade porque, por exemplo, em turmas que são compostas por três juízes, se um entra em férias entra um juiz convocado. Esse juiz convocado pode pensar diferente e, a partir de suas decisões, muda-se a jurisprudência. Ou se espera o outro retornar. Esse tipo de sistema atual estaria prejudicando e causando morosidade ao Judiciário. (...)Também o próprio advogado, no sistema atual, tem tido o problema de não poder gozar suas férias. (...)
P – Então podemos entender que a posição da OAB em relação ao retorno das férias coletivas dos juízes, é contrária a isso?
R – A OAB tem se posicionado de forma contrária, embora tenha conversado muito sobre soluções alternativas para evitar esses fatores que têm ocorrido e que têm causado mais morosidade do que no sistema anterior. É preciso reconhecer que a legislação atual quis ser mais eficaz, mas tem causado alguns problemas, principalmente nos tribunais. É por isso que temos buscado junto ao CNJ e ao Congresso soluções alternativas para compatibilizar o direito de férias dos magistrados com o direito do cidadão de ter acesso à Justiça.

P – Nós estamos falando de férias de 30 ou de 60 dias?

R – A OAB sempre fala em 30 dias, mas a magistratura fala sempre em 60 dias. São diferenças de linguagem, você tem razão.

P – Diferenças de linguagem? É uma diferença de tempo, de trinta dias...

R – Se compreendermos que a magistratura presta um serviço público, como qualquer servidor público, deveria ter os mesmos privilégios e os mesmos direitos dos demais servidores públicos.

P – Ou seja, 30 dias de férias?

R – Sim, 30 dias de férias.

P – E não 60?

R – Claro. Salvo aqueles direitos que são fundamentais para o Judiciário, como a inamovibilidade, a vitaliciedade e a irredutibilidade de vencimentos, pois esses são fundamentais para se garantir a independência da magistratura, para que esta não possa sofrer interferência do Poder Executivo e nem do Legislativo.

P – Então podemos entender que esse sistema de férias atual, quando o juiz tira quando acha que deve tirar ou quando tem direito, ele prejudica duas vezes, porque 60 dias são duas vezes que ele se ausenta dos tribunais.

R – Essa é a compreensão que a Ordem estabeleceu e que isso geraria diferenciação com os demais servidores. Porém, essa é que é a complicação. Nas férias coletivas, estamos observando que essas estavam sendo utilizadas para que os tribunais não parassem. Hoje, quando os juiz tira férias a qualquer momento, o que acontece, em não sendo coletiva? Em uma composição de tribunal de três membros, se um juiz tira férias de sessenta dias, quando volta o outro tira e quando este volta o outro tira. Isso faz com que a turma não funcione. Essa tem sido a realidade que temos enfrentado e que temos que buscar uma adequação.

P – Teoricamente, essa turma não funcionaria durante seis meses?

R – Seis meses. Ou ficara mudando o seu conceito de segurança jurídica. Porque quando se convoca alguém, pode vir um pensamento diferente. Então, a revogação das férias coletivas fez com que esse fenômeno também surgisse e todos aqueles que se preocupam com o Judiciário, têm que se preocupar realmente com a segurança jurídica e com a própria agilidade. Então, a retomada das férias coletivas em bloco para alguns magistrados poderia ser pensada, talvez coincidindo com esse período em que não se teria publicação judicial. O que não pode é se ter recesso e férias coletivas. Antes você tinha sessenta dias, mais o recesso de quinze a vinte dias em alguns tribunais e de trinta dias em outros. Então, se poderia ter noventa dias sem o trabalho do magistrado, que é um trabalho fundamental. Então, você incluindo as férias dentro do período de recesso ou dentro do período não publicação dos atos processuais, você permite o direito de férias e permite que se tire no período que se diminuem os trabalhos. Seria uma alternativa que estamos estudando. Coincidir as férias com esse período de não publicação de atos processuais, fazendo com que o advogado possa, também , descansar.

P – Há algum constrangimento quando se fala que os magistrados são a única categoria no País que tem 60 dias de férias?

R – Tenho sentido esse constrangimento em vários magistrados. Hoje, os juízes mais novos, que são mais novos na compreensão de um novo Judiciário, têm feito um papel muito interessante na busca do princípio da moralidade. Eu tenho dito para as pessoas que a queda do nepotismo, que era outro absurdo no Poder Judiciário, tem relação direta com a atuação da magistratura. A AMB foi quem propôs ao CNJ o fim do nepotismo. Foi a AMB quem entrou com ação de inconstitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal, que também formado por magistrados, acabou com o nepotismo.

P – Mas a AMB, salvo engano, defende os 60 dias de férias. Eu mesmo já conversei com o presidente da AMB...

R – É verdade, mas há magistrados que compreendem isso. Compreendem que, em sendo servidores públicos, a sua função é servir ao público. E exercer uma tarefa tão fundamental quanto essa, de promover justiça em um país que é campeão de injustiças, é preciso que se veja o prazo de sessenta dias como um prazo de afastamento diferenciado em relação aos demais servidores públicos.

Fonte: Espaço Vital, 04/10/2007(Com informações do Conselho Federal da OAB).

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Revista Veja se supera, mais uma vez, com Artigo Reacionário sobre o CHE


Os 40 anos da morte de Ernesto Guevara Lynch de la Serna, a se completarem no próximo dia 9, dão ensejo a uma nova temporada de caça ao mito Che Guevara por parte da imprensa reacionária, começando por Veja, que acaba de produzir uma das matérias-de-capa mais tendenciosas de sua trajetória."Veja conversou com historiadores, biógrafos, antigos companheiros de Che na guerrilha e no governo cubano na tentativa de entender como o rosto de um apologista da violência, voluntarioso e autoritário, foi parar no biquíni de Gisele Bündchen, no braço de Maradona, na barriga de Mike Tyson, em pôsteres e camisetas”, afirma a revista, numa admissão involuntária de que não praticou jornalismo, mas, tão-somente, produziu uma peça de propaganda anticomunista, mais apropriada para os tempos da guerra fria do que para a época atual, quando já se pode olhar de forma desapaixonada e analítica para os acontecimentos dos anos de chumbo. Não houve, em momento algum, a intenção de se fazer justiça ao homem e dimensionar o mito. A avaliação negativa precedeu e orientou a garimpagem dos elementos comprobatórios. Tratou-se apenas de coletar, em todo o planeta, quaisquer informações, boatos, deturpações, afirmações invejosas, difamações, calúnias e frases soltas que pudessem ser utilizadas na montagem de uma furibunda catalinária contra o personagem histórico Ernesto Guevara, com o propósito assumido de se demonstrar que o mito Che Guevara seria uma farsa.Assim, por exemplo, a Veja faz um verdadeiro contorcionismo retórico para tentar tornar crível que, ao ser preso, o comandante guerrilheiro teria dito: "Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto". Ora, uma frase tão discrepante de tudo que se conhece sobre a personalidade de Guevara jamais poderá ser levada a sério tendo como única fonte a palavra de quem posou como seu captor, um capitão do Exército boliviano (na verdade, eram oficiais estadunidenses que comandavam a caçada). É tão inverossímil e pouco confiável quanto a “sei quando perco” atribuída a Carlos Lamarca, também capturado com vida e abatido como um animal pelas forças repressivas. E são simplesmente risíveis as lágrimas de crocodilo que a Veja derrama sobre o túmulo dos “49 jovens inexperientes recrutas que faziam o serviço militar obrigatório na Bolívia” e morreram perseguindo os guerrilheiros. Além de combater um inimigo que tinha esmagadora superioridade de forças e incluía combatentes de elite da maior potência militar do planeta, Guevara ainda deveria ordenar a seus comandados que fizessem uma cuidadosa triagem dos alvos, só disparando contra oficiais...É o mesmo raciocínio tortuoso que a extrema-direita utiliza para tentar fazer crer que a morte de seus dois únicos e involuntários mártires (Mário Kozel Filho e Alberto Mendes Jr.) tenha tanto peso quanto a de quatro centenas de idealistas que arriscaram conscientemente a vida e a liberdade na resistência à tirania, confrontando a ditadura mais brutal que o Brasil conheceu. Típica também – e não por acaso - da retórica das viúvas da ditadura é esta afirmação da Veja sobre o legado de Guevara: “No rastro de suas concepções de revolução pela revolução, a América Latina foi lançada em um banho de sangue e uma onda de destruição ainda não inteiramente avaliada e, pior, não totalmente assentada. O mito em torno de Che constitui-se numa muralha que impediu até agora a correta observação de alguns dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas”.
Assim, a onda revolucionária que se avolumou na América Latina durante as décadas de 1960 e 1970 teria como causa “as concepções de revolução pela revolução” de Guevara e não a miséria, a degradação e o despotismo a que eram submetidos seus povos. E a responsabilidade pelos banhos de sangue com que as várias ditaduras sufocaram anseios de liberdade e justiça social caberia às vítimas, não aos carrascos. É o que a propaganda enganosa dos sites fascistas martela dia e noite, tentando desmentir o veredicto definitivo da História sobre os Médicis e Pinochets que protagonizaram “alguns dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas”.
Não existe muralha nenhuma impedindo a correta observação desses episódios, tanto que ela já foi feita pelos historiadores mais conceituados e por braços do Estado brasileiro como as comissões de Anistia e de Mortos e Desaparecidos Políticos. Há, isto sim, a relutância dos verdugos, de seus cúmplices e de seus seguidores, em aceitarem a verdade histórica indiscutível. E a matéria-de-capa da Veja não passa de mais um exercício do jus esperneandi a que se entregam os que têm esqueletos no armário e os que anseiam por uma recaída totalitária, com os eventos desastrosos e os banhos de sangue correspondentes.
Celso Lungaretti é jornalista e escritor, ex-preso político e autor do livro "Náufrago da Utopia".

Fonte: Agência Carta Maior e http://www.sintrajufe.org.br/

ATO PÚBLICO pela Democratização dos Critérios às concessões de TV no Brasil

No dia 05 de outubro encerram-se as concessões de TV’s em todo o Brasil, entre elas emissoras próprias e afiliadas a Rede Globo, Bandeirantes, Record e CNT/Gazeta.

Embora exploradas majoritariamente por empresas privadas rádios e TV’s são concessões públicas, no entanto, as emissoras usam suas concessões para promover a criminalização dos movimentos sociais impondo uma agenda política própria, não abrindo espaço para a pluralidade de idéias e diversidade cultural, assim, não respeitando a Constituição Federal.

Os processos são lentos, pouco transparentes e não existe qualquer fiscalização por parte do poder público, somados estes ingredientes sustentam monopólios e oligopólios, tornando possível o funcionamento de emissoras com outorgas vencidas há quase 20 anos.

Até o momento, não havia participação da sociedade no debate sobre as concessões e a renovação das mesmas, para mudar este cenário chamamos todos os companheiros (as) para o ATO DO DIA 05 DE OUTUBRO POR DEMOCRACIA E TRANSPARÊNCIA NAS CONCESSÕES DE RÁDIO E TV.

Grande mobilização e ato no dia 05 de outubro, juntem-se a nós, participem para mudar essa situação.

Local: em frente à sede do Grupo RBS
(Av. Ipiranga, 1075 – Esquina Érico Veríssimo)

Dia: 05/10 a partir das 17 horas
Comentário da Cris: A sociedade se mobiliza para sair da subjugação diária que representa para milhares de famílias brasileiras a cultura de massificação que só visa ao interesse em fomentar o consumo. Todos ao ATO do dia 05/10!

Fonte: Executiva CUT/RS