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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Trabalhadores voltam a aderir em massa aos sindicatos


O número de trabalhadores filiados a sindicatos no país cresceu 13% de abril a dezembro do ano passado, passando de 4,285 milhões para 4,838 milhões. Segundo o último levantamento do Ministério do Trabalho (MTE), 553.362 trabalhadores se associaram a entidades sindicais nesse período de apenas oito meses.
A expansão da sindicalização é reflexo, sobretudo, do aumento no número de empregos com carteira assinada — 1,452 milhão de vagas foram abertas no Brasil em 2008. “É significativo esse aumento de meio milhão de trabalhadores no número de sindicalizados constatado pelo MTE. Como a atividade econômica estava aquecida, o trabalhador teve renda para bancar sua filiação e contribuir pagando a mensalidade a um sindicato”, opina Clemente Gaz Lúcio, diretor-técnico do Dieese.

No levantamento do ministério, o número de sindicatos independentes (sem filiação) caiu no período avaliado — de 4.170 para 3.675. Só a CUT (Central Única dos Trabalhadores) teve sob sua representatividade 244 mil novos trabalhadores filiados, além de 54 sindicatos a mais. Com a Força Sindical, ocorre o fenômeno inverso — uma adesão mais expressiva de entidades (206) do que de trabalhadores (105,5 mil).

Critérios

Para chegar ao número de 4,838 milhões de trabalhadores sindicalizados, o Ministério do Trabalho considerou as informações enviadas pelos sindicatos que se cadastraram no CNAES (Cadastro Nacional de Entidades Sindicais) por meio de um sistema informatizado, disponível no site do MTE. Esses sindicatos representam cerca de 19,728 milhões de trabalhadores. Na etapa seguinte, os sindicatos enviaram documentação comprovando as informações declaradas para que o MTE pudesse auferir esses dados.
O número de sindicalizados no Brasil equivale a 25% do total de trabalhadores que estão na base total dos 19,7 milhões de empregados representados pelas centrais sindicais — mas não necessariamente filiados a um sindicato. Para Dari Krein, pesquisador e professor da Unicamp, a ampliação do número de sindicalizados no país é ''positiva'' — principalmente ''no momento de crise que estamos vivendo''.
Krein faz contundente elogio ao papel das entidades: “São as centrais que apresentam mais condições de colocar em debate na sociedade as questões de interesse dos trabalhadores e de pressionar os governos para adotar medidas de enfrentamento da crise com garantia do crescimento econômico e de implementação de um conjunto de iniciativas que possam solucionar os problemas sociais”.

As centrais legalizadas pelo Ministério do Trabalho foram CUT, Força Sindical, CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).

Fonte: Ministério do Trabalho, Jornal Vermelho com informações da Folha de S.Paulo

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Roseli Nunes - Presente!


Há vinte e dois anos o primeiro acampamento do MST perdia uma de suas grandes lutadoras. No dia 31 de março de 1987, Roseli Nunes e outros três trabalhadores Sem Terra foram mortos em uma manifestação na BR 386, em Sarandi, no Rio Grande do Sul.

Ela e outras cinco agricultores protestavam por melhores condições para os agricultores e uma política agrária voltada para os camponeses. Não existia, naquela época, política de crédito para a pequena agricultura.

Naquele dia um caminhão passou por cima da barreira humana que estava formada na estrada ferindo 14 agricultores e matando três: Iari Grosseli, de 23 anos; Vitalino Antonio Mori, de 32 anos, e Roseli Nunes, com 33 anos e mãe de três filhos.

A lutadora que hoje empresta o seu nome a acampamentos, assentamentos e brigadas do Movimento, marca a memória dos militantes com o compromisso de preferir "morrer na luta do que morrer de fome”. Roseli Celeste Nunes da Silva nasceu em 1954, e participou, com outras 8 mil pessoas da ocupação da fazenda Anonni, em 1985 - o mesmo local que neste ano sediou o 13º Encontro Nacional do MST, que marcou os 25 anos de luta do Movimento. Seguiu na luta, e participou de uma caminhada de 300 quilômetros até Porto Alegre, onde foi realizada uma ocupação da Assembléia Legislativa, por seis meses. Os acampados cobravam solução para a Reforma Agrária na fazenda.

Rose teve seu terceiro filho no acampamento. Deu a ele o nome de Marcos Tiarajú, em homenagem ao líder indígena do Rio Grande do Sul, que séculos antes já dizia que aquela terra tinha dono. Tiarajú, a primeira criança que nasceu no acampamento, hoje estuda medicina em Cuba.

Roseli Nunes foi a mãe da primeira criança a nascer no acampamento Sepé Tiaraju, na fazenda Anonni. Sua história inspirou dois filmes, “Terra para Rose” e “O Sonho de Rose”, de Tetê Moraes.

Fonte: Levante Popular

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ai, ai, ai: Empurra a Yeda que ela cai! Sentenciam trabalhadoras e trabalhadores na Matriz



Os gaúchos saíram cedo de casa nessa segunda-feira, dia 30 de março de 2009. Os trabalhadores e trabalhadoras se concentraram desde o início do dia na avenida Farrapos em Porto Alegre, em frente à Metalúrgica Gerdau - que atua em 14 países e com mais 300 unidades no mundo - a qual serviu como um símbolo da atuação das grandes empresas nesse momento da crise financeira mundial. Seguiram em caminhada até o centro da capital, onde ficam situadas várias empresas financeiras e bancos internacionais, para marcar que "os trabalhadores não vão pagar pela crise". Em momentos de crescimento e com grandes ganhos financeiros, as empresas e os conglomerados transnacionais não envolvem os trabalhadores na divisão dos imensas taxas de lucro e na aquisição de bens de consumo, ficando o rendimento concentrado em poder de poucos. Nesse momento em que a crise financeira atingiu as bolsas de valores e teve origem no mercado imobiliário estadunidense, a classe empresarial vem se utilizando das variações na economia mundial para trazer o ônus até os trabalhadores, semeando aqui e ali que "as demissões serão necessárias".

Discordando dessa avaliação, a CUT e as demais Centrais sindicais de esquerda mobilizaram para a realização desses grandes atos que ocorreram na cidade e em diversos pontos do Estado e do país.
Nesse momento da história, em que os governos estão sendo chamados a injetar dinheiro da arrecadação pública no mercado financeiro e para salvar bancos, ficou mais do que provado que o mercado não se auto-regula, como preconizavam os economistas. Evidenciou-se com isso que a participação do Estado como indutor do desenvolvimento e como fiscalizador do mercado financeiro é mais do que necessária.
Dentre os presentes, destacamos a atuação do CPERS sindicato dos professores estaduais - com a demonstração da "escola da governadora Yeda Crusius" - um contêiner de sala de aula com a "direção da Mariza Abreu", tendo sido descerrado o pano em frente ao Piratini (veja abaixo).

Citamos algumas entidades, além da CUT: SINTECT-RS, SIMPE, Sindibancários de Porto Alegre, Sindjus-RS, Sintrajufe, Sindsepe, SEMAPI, Sindicato da Alimentação, Sindicato dos Metalúrgicos de Poa, Sindisaúde, Sindiágua, FEEB, Sinpro, Sindppd, etc. Dentre as Centrais estavam a CTB, a Conlutas e a Força Sindical. Pelo movimento social: CMS - Coordenação dos Movimentos Sociais, Marcha Mundial das Mulheres, Via Campesina, MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MTD, MNLM, UNE, Conlute e vários parlamentares e representantes de partidos de esquerda.

Fotos: Vital Barbosa