Esclarecimentos da gestão 2010/2013 do Sintrajufe/RS sobre a matéria divulgada no site do Sindicato com o título “Após derrota, antiga direção raspa o cofre e deixa Sintrajufe/RS em dificuldades financeiras”
A matéria sensacionalista, com origem em uma persistente
"síndrome de oposição" que ainda acomete a atual direção, necessita
dos devidos reparos para recomposição da verdade, em nome da responsabilidade
que sempre pautou nossa atuação no Sintrajufe.
A festa de fim de ano foi cancelada porque a atual direção
criticou formalmente o fato de já termos reservado o local e contratado a banda
que animaria a festa. Ressaltamos que isso foi feito, como nos anos anteriores,
pois esse tipo de evento, em um período concorrido para festas (dezembro),
precisa ser organizado com tempo razoável de antecedência. No entanto, diante
do questionamento formal da atual direção, ainda durante a transição, houve o
cancelamento dos contratos do salão com a AABB e da banda com a Dublê
Produtora, sem qualquer prejuízo para o sindicato, com a devolução
integral dos valores que já haviam sido pagos, ao contrário do que foi
divulgado.
Há uma divergência política entre nossa gestão e a atual
sobre a filiação ou não à CUT, tema que deve ser pautado para o devido debate
democrático na categoria, de forma serena, crítica e aprofundada. No entanto,
essa divergência não pode ser utilizada para o descumprimento das
responsabilidades do sindicato, a partir das posições tomadas pela categoria,
como a matéria quer insinuar. Houve mudança de direção, mas o Sintrajufe
permanece filiado à CUT até deliberação congressual da categoria em sentido
contrário.
Em razão das últimas greves, houve um acordo para parcelamento do
pagamento de mensalidades do período do movimento grevista. Estabelecemos uma
negociação com a CUT para quitar a dívida, na qual obtivemos um bom desconto do
valor pendente e decidimos, dentro de parâmetros legais de quem está na
direção, não deixar essa dívida. Ressaltamos que se tratava de dívida passada.
Não houve adiantamento de pagamento, como afirma uma das manifestações dos
novos dirigentes. Neste ponto, reafirmamos que não podemos fazer, no espaço do
debate político, insinuações sobre as finanças e os compromissos do sindicato.
Também não procede a afirmação de que o Sintrajufe teria
corrido o risco de não participar dos encontros nacionais da Fenajufe, o que
demonstra pouco conhecimento das regras da federação por parte da nova direção.
Sindicatos ainda maiores que o Sintrajufe/RS e entidades com direção alinhada
politicamente ao Conlutas/PSTU/PSOL, grupo que atualmente dirige o Sintrajufe,
devem valores maiores à federação do que o nosso sindicato e nem por isso foram
impedidos de participar das instâncias da federação. A participação das
entidades foi possível mediante negociação estabelecida, inclusive através de
dirigentes que representam o nosso campo político na Fenajufe.
Além disso, outras entidades negociaram o parcelamento do
rateio destinado às despesas com as delegadas e delegados da Plenária em maior
número de vezes, o que foi aceito por unanimidade pela direção da federação,
que é proporcional e possui representantes de todas as forças políticas que
militam na categoria. Até porque a Plenária Extraordinária de agosto passado
foi resultado de uma inversão de prioridades, o que deixou a nova direção da
federação, eleita no último Congresso em abril, sem a posição da categoria
sobre questões como luta pela reposição das perdas, PJe, saúde, carreira, PEC
190 e mais um enorme rol de questões urgentes. Naquele Congresso, a prioridade
desses setores foi a desfiliação da Fenajufe da CUT, em prejuízo da pauta de
reivindicações da categoria.
Quanto à dispensa das funcionárias do sindicato, foram
medidas avaliadas como necessárias pela gestão anterior, mas entendemos que não
se deve tratar desse tipo de assunto desta forma, inclusive pelo direito das
pessoas envolvidas.
No tocante a pontos envolvendo o Acordo Coletivo das
funcionárias e dos funcionários do sindicato, se há algum questionamento este
deve ser enfrentado pela nova direção do Sintrajufe com o sindicato dos seus
trabalhadores na próxima negociação da data-base dos mesmos.
Para a gestão anterior, o que a atual direção chama
pejorativamente, e com estardalhaço sensacionalista, de "raspar os
cofres", nós definimos como sendo o cumprimento de todos os chamamentos de
luta da Federação para defender os interesses da categoria; o cumprimento da
entrega de uma nova sede, equipada e hoje avaliada em 3 milhões de reais, com
vários benefícios para a categoria como salão de festas, alojamento para os
colegas do interior, melhores condições de atendimento presencial e de
condições de trabalho para os funcionários; o cumprimento da promessa de
expansão das oficinas e do espaço cultural do prédio antigo da sede, com
projeto pronto para abrigar um cinema, um café, entre outros espaços culturais
e de organização, em benefício da categoria. Nós chamamos isso de investimento
responsável dos recursos da categoria.
Por outro lado, a mesma postura com relação a finanças não
foi adotada pela nova diretoria. Na festa da posse do último dia 31 de agosto,
a atual direção autorizou serviços de aproximadamente R$ 35.000,00, gastos
todos autorizados e comprovados em documentos assinados por representante da
atual direção, ainda no processo de transição. Só para exemplificar, o evento
de posse da gestão anterior, em agosto de 2010, custou R$ 13.985,00. Além
disto, a ostensiva presença de pessoas representando partidos políticos e
outras entidades da mesma força política da nova gestão superou
consideravelmente a presença de colegas da categoria.
Por fim, precisamos destacar que uma Comunicação Sindical séria
e transparente jamais usa o artifício de editar uma matéria informativa após
sua publicação. Admite-se uma 'nota explicativa', uma 'errata', ou até uma nova
matéria corrigindo a anterior. Mas editar o que já foi publicado, como se nunca
o tivesse sido, caso da citada matéria onde, em uma segunda versão, foi
excluída a citação às críticas à festa do final de ano, demonstra um
posicionamento ético no mínimo questionável sobre a comunicação e a
transparência de uma direção sindical para com a sua categoria, além de indicar
claramente a linha política da nova direção do Sintrajufe/RS.