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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Indignação? é pouco! Eu estou furiosa!

Eu me senti sangrando como ela...
Fotos: Cristina Lemos
Foi na hora do almoço do dia 06 de fevereiro que tive a notícia: a Prefeitura de Porto Alegre acaba de cortar 14 árvores na volta do Gasômetro.
E então, aquelas belíssimas e frondosas árvores que adornavam o Parque Júlio Mesquita e sob as quais a gente passa todos os dias, acabaram de ser mortas.

Como alguém toma uma decisão tão obtusa como esta?
Como alguém se senta tranquilamente atrás de uma mesa e decide que 115 frondosas e cinquentenárias árvores terão de morrer?
Sem contar que esta atitude tão vil ainda vai desconfigurar um dos nossos mais conhecidos cartões postais da cidade...

O poder público de Porto Alegre rasga todas as credenciais de conservação de meio ambiente e de proteção às árvores - aliás, são belíssimos Ipês Roxos e Ipês amarelos que nos protegem do sol escladante do verão gaúcho e ainda permitem um chimarrão na praça com a família.

Com que direito?


Moro no Centro há mais de 15 anos e nunca havia presenciado tamanha violência e arbitrariedade com o meio ambiente.










A última atitude assim da qual tive notícia - e também me alinhei aos combatedores - foi na destinação da Avenida Edvaldo Pereira Paiva para a construção de Posto de Gasolina, Hotéis de luxo, etc. Lembram? Não por acaso, era um Projeto do mesmo partido: PDT, na época capitaneado pelo Alceu collares e autoridades envolvidas na especulação imobiliária da época. O povo entrou na Câmara dos Vereadores e a votação não saiu. Depois, tentaram realizar outra a portas fechadas.
Não dá para ficar quieto e deixar acontecer a patrola do "TUDO PELA COPA DO MUNDO". Não é assim que funciona. Há gente envolvida. Há uma cidade envolvida, senhor prefeito Fortunati.
Perguntado pela imprensa o porquê desse tamanho golpe no meio ambiente e no ecossistema do centro da cidade, o prefeito José Fortunati respondeu: "A população não utiliza etas árvores."
Convido então, Vossa Excelência a sair do conforto de sua casa bem cedo, pelas manhãs e vir até o Parque/a Praça Julio Mesquita: vai presenciar pessoas de várias idades passando para ir ao trabalho, à escola, brincando na pracinha ou mesmo passeando com seus cães. Se for mais ao final da tarde, vai ver também as rodas de chimarrão, de pagode e de capoeira. Vai ver amigos batendo papo e ciclistas descansando na sombra.

Se, por ventura, o prefeito nos der a honra da visita em um final de semana ou feriado, vai poder compartilhar da companhia de várias famílias que vêm, muitas vezes de outras cidades, da grande Porto Alegre e do interior, para sentarem-se sob os ipês do Gasômetro.

E agora? "Quantas copas por uma copa?"


Não foi eleito com meu voto, mas vou acompanhar cada atitude desse governo e vou denunciar publicamente arbitrariedades como essa.
O Ato organizado no dia 07/02/13: "Quantas copas por uma copa?" teve a presença de mais de 500 pessoas e busca dar um fim nesse projeto que inverte a lógica da cidade em nome da passagem de automóveis, que já se sabe, não vai parar por aí e não resolve a questão viária.
Será preciso melhorar a rede de transporte público e atender melhor a população, como é exemplo em grandes cidades do mundo.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A CUT não participará do FST de Porto Alegre em janeiro de 2013


Por: João Antonio Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT

A CUT participa do Fórum Social Mundial desde a sua fundação, em 2001. Sempre o consideramos um espaço de atuação extremamente importante para todos os movimentos sociais e organizações que buscam construir um mundo mais justo e democrático. Vamos continuar valorizando este espaço, pois é o único unitário de todos os movimentos sociais e de abrangência mundial.

No entanto, consideramos que o Fórum já deveria ter avançado na definição de ações consensuadas entre todos estes movimentos. As mudanças que queremos para o mundo só ocorrerão através de ações que puderem ser assumidas por todos. O Fórum precisa deixar de fazer apenas reflexão e partir para a definição de ações, já que temos perdido muito tempo refletindo e pouco tempo agindo em relação aos abusos das transnacionais e da lógica excludente do sistema financeiro. A crise europeia também deveria ser um tema prioritário, bem como a imposição da militarização como lógica das relações políticas entre os países.

Estas são divergências políticas que não impedem a convivência, mas com certeza contribuem para aperfeiçoar o papel do Fórum e manter a necessária unidade.

No entanto, alguns fatos mais recentes têm contribuído para a nossa desunião e a exclusão de algumas organizações historicamente comprometidas com o Fórum, da participação desse importante evento.

Decidimos não participar do Fórum Temático que será realizado nesta última semana de janeiro de 2013 em Porto Alegre, pelos seguintes motivos:

1. A CUT não é uma indústria de organização de eventos. O Fórum é um dos espaços de atuação internacional da CUT, não é o único. As mesmas organizações que participaram do Fórum Temático de janeiro de 2012, da Rio+20 realizada em junho de 2012, participaram do Fórum em Solidariedade à Palestina em novembro de 2012 em Porto Alegre e estão sendo convocadas a participar deste Fórum Temático de janeiro de 2013 e também a participar do Fórum Social Mundial que será realizado na Tunísia em março de 2013. Ou seja, em 14 meses, cinco grandes eventos internacionais. Parece-nos uma enorme dispersão de forças. O Fórum em defesa da Palestina só foi realizado em novembro de 2012 porque a imensa maioria das organizações em defesa da Palestina assim o quis, tanto aquelas que atuam na Palestina como aquelas que atuam em outros países.

2. Consideramos que a organização deste Fórum Temático de janeiro de 2013 provocou a exclusão de inúmeras entidades pelos motivos relatados acima e também por ferir a Carta de Princípios do Fórum. O principal deles é a autonomia em relação ao Estado e a partidos. O Estado e os partidos podem e devem apoiar os eventos, no entanto jamais exercer o controle. A Prefeitura de Porto Alegre fez aprovar um Projeto de Lei na Câmara Municipal definindo que toda última semana de janeiro será realizado um Fórum naquela cidade. Onde foi debatida esta iniciativa? Parece-nos que é uma interferência do poder público numa organização que deveria ser autônoma.

3. Outro motivo que causou a indignação em muitas entidades que participaram do Fórum em defesa da Palestina foi a postura da Prefeitura de Porto Alegre. Não destinou nenhum recurso para este Fórum e canalizou uma enorme quantidade de recursos para o Fórum Temático de janeiro. Ao não destinar recursos ao Fórum da Palestina, se submeteu ao poderoso “lobby” daquelas organizações que são contra a criação do Estado da Palestina. Ao adotar esta prática, a Prefeitura passa a definir quais são os temas que o Fórum deveria debater, apoiando uns e desprezando outros, de acordo com seus interesses políticos, dos novos “parceiros” e “amigos” do Fórum.

Outra interferência nociva da Prefeitura de Porto Alegre no Fórum já havia sido adotada no Fórum Temático realizado em janeiro de 2012 na capital gaúcha quando destinou recursos para uma central sindical pagar passagens aos “seus convidados” em detrimento de todas as outras organizações. Esta prática felizmente não tem sido adotada pelo governo federal e estadual que têm apoiado todos os Fóruns, não descriminando ninguém e não interferindo na definição dos temas. Depois de tantos anos de consolidação do Fórum como um espaço livre e autônomo, somos obrigados a verificar uma imposição política do poder público, determinando temas e definindo quem são os parceiros mais próximos. Não aceitamos que ocorra no Fórum aquilo que, para todas as organizações é abominável: quem ajuda financeiramente tem o direito de mandar e controlar.


Consideramos que esta prática está descaracterizando o Fórum e por isso não participaremos deste Fórum Temático. A continuar esta postura, não participaremos também dos próximos.