Eu me senti sangrando como ela... Fotos: Cristina Lemos |
E então, aquelas belíssimas e frondosas árvores que adornavam o Parque Júlio Mesquita e sob as quais a gente passa todos os dias, acabaram de ser mortas.
Como alguém toma uma decisão tão obtusa como esta?
Como alguém se senta tranquilamente atrás de uma mesa e decide que 115 frondosas e cinquentenárias árvores terão de morrer?
Sem contar que esta atitude tão vil ainda vai desconfigurar um dos nossos mais conhecidos cartões postais da cidade...
O poder público de Porto Alegre rasga todas as credenciais de conservação de meio ambiente e de proteção às árvores - aliás, são belíssimos Ipês Roxos e Ipês amarelos que nos protegem do sol escladante do verão gaúcho e ainda permitem um chimarrão na praça com a família.
Com que direito?
Moro no Centro há mais de 15 anos e nunca havia presenciado tamanha violência e arbitrariedade com o meio ambiente.
A última atitude assim da qual tive notícia - e também me alinhei aos combatedores - foi na destinação da Avenida Edvaldo Pereira Paiva para a construção de Posto de Gasolina, Hotéis de luxo, etc. Lembram? Não por acaso, era um Projeto do mesmo partido: PDT, na época capitaneado pelo Alceu collares e autoridades envolvidas na especulação imobiliária da época. O povo entrou na Câmara dos Vereadores e a votação não saiu. Depois, tentaram realizar outra a portas fechadas.
Não dá para ficar quieto e deixar acontecer a patrola do "TUDO PELA COPA DO MUNDO". Não é assim que funciona. Há gente envolvida. Há uma cidade envolvida, senhor prefeito Fortunati.
Perguntado pela imprensa o porquê desse tamanho golpe no meio ambiente e no ecossistema do centro da cidade, o prefeito José Fortunati respondeu: "A população não utiliza etas árvores."
Convido então, Vossa Excelência a sair do conforto de sua casa bem cedo, pelas manhãs e vir até o Parque/a Praça Julio Mesquita: vai presenciar pessoas de várias idades passando para ir ao trabalho, à escola, brincando na pracinha ou mesmo passeando com seus cães. Se for mais ao final da tarde, vai ver também as rodas de chimarrão, de pagode e de capoeira. Vai ver amigos batendo papo e ciclistas descansando na sombra.
Se, por ventura, o prefeito nos der a honra da visita em um final de semana ou feriado, vai poder compartilhar da companhia de várias famílias que vêm, muitas vezes de outras cidades, da grande Porto Alegre e do interior, para sentarem-se sob os ipês do Gasômetro.
E agora? "Quantas copas por uma copa?"
Não foi eleito com meu voto, mas vou acompanhar cada atitude desse governo e vou denunciar publicamente arbitrariedades como essa.
O Ato organizado no dia 07/02/13: "Quantas copas por uma copa?" teve a presença de mais de 500 pessoas e busca dar um fim nesse projeto que inverte a lógica da cidade em nome da passagem de automóveis, que já se sabe, não vai parar por aí e não resolve a questão viária.
Será preciso melhorar a rede de transporte público e atender melhor a população, como é exemplo em grandes cidades do mundo.
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