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terça-feira, 2 de julho de 2013

Ninguém mandou você perguntar - Sobre as Manifestações Populares no Brasil - último texto de Teresa Urban

Crédito:Coletivo Teresa Urban


ÚLTIMO TEXTO DE TERESA URBAN

Ruth Bolognese recebeu este texto de Teresa Urban, o último que ela escreveu antes falecer ontem à noite. É uma reflexão sobre os acontecimentos destes dias.Lúcida, afiada, procura mostrar à amiga o caráter do movimento que levou milhares às ruas. Ruth pediu-me que o publicasse por duas razões: que seja uma maneira de lembrar de Teresa e porque ele deve mesmo ser lido por todos para enriquecer o debate. É o que segue:

Ninguém mandou você perguntar


“Olá Ruth, estou sem falar há dez dias, não por perplexidade mas por ordens médicas. O silêncio, neste barulho todo, me obrigou a pensar mais do que agir e foi uma experiência muito nova para mim. Montar um quebra-cabeças destes é difícil, amiga, porque a primeira coisa que descobri é que nem mesmo falamos a mesma língua (hoje li em algum lugar que não tem tecla SAP para isso). Abrimos um fosso tão grande entre o que chamamos de povo brasileiro e as elites (governo, politicos, ricos, intelectuais, jornalistas, esquerdistas, nós) e agora estão em nossa frente, serpenteando pelas ruas das cidades, anunciando sua existência.”

“Bom, quanto tempo faz que a gente não se pergunta como as pessoas se sentem nas cidades massacrantes, nos ônibus entupidos, na falta de respeito de motoristas com pedestres, de motociclistas com motoristas, de professor com aluno, de aluno com professor, de jovem com velho, de velho com jovem, de meninos de rua com gente de bem, de trabalhadores endividados pelo consumo fácil, de falta de amor, de médicos gelados como pedra, de gente entediada, de tráfico, de meninos mortos na periferia, de prisões lotadas, de crimes impunes…longa lista.

Lembra, Ruth, como foi o êxodo rural dos anos 70? 
Perderam-se as raízes. as cidades viraram amontoados humanos de um nível crescente de hostilidade, mas a gente vai levando.

Vizinhos, comunidade, amigos, partido, Estado que protege os mais fracos??? bobajada, mano velho, vamos tocando, tem time de futebol. 
Tenho pensado muito em algumas palavras: pertencimento e desgarrados.

Bem, deu no que deu, não somos um país, somos um monte de “eu”, cada um com seu cartaz, seu facebook e nada que os ligue.
Pode ser que um monte de eu se sinta pertencendo a alguma coisa, assim junto na rua…

A crise é de representatividade? é, mas não tão simples que uma reforma partidária resolva.

Lembrei muito de uma cena antiga, quando contestávamos a instalação da Renault nos mananciais e alguém perguntou quem representava a empresa naquela discussão. E um velhinho sem dentes, paletó de mangas curta que não conseguiam esconder os rotos punhos da camisa, levantou o braço e disse: eu represento a Renault. Nunca esqueci disso porque não entendi qual a crença que levou aquele homenzinho a fazer isso (ninguém mandou, ele estava muito sozinho ali), mas acho que foi um momento de ousadia incrivel.
Dizer eu me represento é mais ousado ainda e muito mais perigoso, Ruth. Ninguém representa ninguém naquela multidão, talvez depois, na foto no facebook, troquem suas representatividades.
Chegamos a isso por negligência e prepotência e agora é um trabalho danado de grande voltar a pensar em coisas pequenas para fazer contato com os alienígenas. Quem sabe aquele dedinho do ET de Spilberg tocando o dedo do menino ajude…

Agora, o que é mesmo ruim nesta história é o que a brava imprensa brasileira fez: criou uma nova espécie, sem nenhum estudo, nenhuma base científica, sem nenhuma pergunta: homo sapiens vandalus lamentavilis.

 Ruth,que vergonha tenho de ser jornalista. Quem são, afinal, aqueles meninos que não temem a polícia, que devolvem as bombas, que chutam tudo com fúria, que saem das lojas saqueadas com sacolas e somem na escuridão? Quem são, quantos são, onde vivem, de onde surgiram? São brasileiros ou só são brasileiros os que serpenteiam sem rumo?

São os dentes da fera, Ruth, só os dentes. O resto, a gente não conhece.

Enquanto continuarem dividindo o país entre manifestantes e vândalos ou, como ontem na OTV, uma repórter mais perdidinha dizia, protestantes e fanáticos, não vai dar para entender o que de fato acontece.

Outro pior é a legitimização e o aplauso à repressão policial.


Não sei se você viu, mas ontem havia uma galera na frente do Palácio Iguaçu (pra Curitiba, bastante gente, umas 10 mil pessoas?) quietos, sem nada que dizer, às vezes cantavam algo tipo “sou brasileiro com muito orgulho” exigiam caras e cartazes para a câmara de TV, andavam de um lado para o outro e só, só, só. 

Não sei porque estavam ali. Passaram reto pela Câmara, pela Prefeitura, estavam ao lado da Assembléia Legislativa mas pararam na frente do Palácio às escuras. Ninguém para falar, nem por eles nem para eles nem com eles. Foi uma cena muito surreal, que durou tempo, debaixo de chuva e frio.

De repente, do nada, o Palácio do Governo começa a vomitar uma enfurecida tropa de choque que sai jogando bomba, atirando bala de borracha sem mais.
Joãozinho estava lá, Thiago estava lá, Dani, filha de Clovis, estava lá. E mais uma galera de meninos que só estavam lá. Pelo tanto de luz de celular, era pra mostrar depois no face. Só então, na correria do depois, que os dentes surgiram na escuridão e começaram a morder a propriedade, pública ou privada, não importava.

Bom, Ruth, quando vi aquilo – polícia, cachorros, cavalos, bombas e os meninos correndo em desespero, chutando e quebrando tudo -, depois de muito, mas muito tempo na minha vida marvada, chorei.”

A jornalista, ambientalista e escritora Teresa Urban morreu aos 67 anos na noite da quarta-feira, 26 de junho, na UTI do Hospital Vita, em Curitiba, em decorrência de um enfarte.


quarta-feira, 26 de junho de 2013

CUT divulga nota sobre convocação anônima de greve geral e chama trabalhadores para ato conjunto dia 11 de julho

Quem convoca greve é sindicato e não eventos no Facebook

Nem a CUT nem as demais centrais sindicais, legítimas representantes da classe trabalhadora, convocaram greve geral para o dia 1º de julho.

A Executiva Nacional da CUT está reunida nesta segunda-feira (24), em São Paulo, para debater a conjuntura, reafirmar sua pauta de reivindicações e decidir um calendário de mobilizações em defesa da pauta da Classe Trabalhadora, de forma responsável e organizada, como sempre fizemos.

A convocação para a "suposta" greve geral do dia 1º, que surgiu em uma página anônima do Facebook, é mais uma iniciativa de grupos oportunistas, sem compromisso com os/as trabalhadores/as, que querem confundir e gerar insegurança na população. Mais que isso: colocar em risco conquistas que lutamos muito para conseguir, como o direito de livre manifestação.

É preciso tomar muito cuidado com falsas notícias que circulam por meio das redes sociais.

Vagner Freitas                                           Sergio Nobre

Presidente Nacional da CUT                          Secretário-geral


Ato dia 11 de julho

A CUT, as demais centrais sindicais (CTB, Força, UGT, CSP/Conlutas, CGTB, CSB  e NCST), e o MST decidiram, em reunião realizada ontem, em São Paulo, organizar atos conjuntos – do movimento sindical e social - no próximo dia 11 de julho, em todo o país. Os itens da pauta serão levados à presidente Dilma Roussef, em audiência que será realizada hoje, no Palácio do Planalto, em Brasília.

As paralisações, as greves e as manifestações terão como objetivo destravar a pauta da classe trabalhadora no Congresso Nacional e nos gabinetes dos ministérios e também impulsionar a pauta que veio das ruas nas manifestações realizadas em todo o país dos últimos dias. “Vamos chamar à unidade das centrais sindicais e dos movimentos sociais para dialogar com a sociedade e construir uma pauta que impulsione conquistas, as reivindicações que vieram das ruas à pauta da classe trabalhadora”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Segundo o dirigente, além de mais investimentos em saúde, educação e transporte público de qualidade, os atos de julho irão reivindicar o fim dos leilões do petróleo, o fim do fator previdenciário, a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução do salário, a reforma agrária e o fim do projeto de lei 4.330, “esse PL nefasto que acaba com as relações de trabalho no Brasil e é, na verdade, uma reforma trabalhista escondida atrás de uma proposta de regulamentação da terceirização”, de acordo com Vagner. 

“O que motivou a população a ir às ruas, a princípio, foi a revogação do aumento da tarifa do transporte coletivo. Concordamos que o transporte coletivo tem de ser subsidiado pelos governos, mas isso não pode impedir investimentos em saúde, educação e segurança e transporte de qualidade para a classe trabalhadora”, apontou o presidente da CUT. Para ele, é preciso fazer mudanças estruturais, reforma agrária e mudar o sistema político.
Editado por Sintrajufe/RS – Fonte: CUT

PARA RECOMPOR A VERDADE

Se você tem acompanhado as eleições para o Sintrajufe está percebendo que estamos sendo grosseiramente atacados pelas duas chapas de oposição que, em seus materiais e em suas visitas, ao invés de apresentarem propostas, preferem agredir e caluniar.

Para nós, da CHAPA 1 – MAIS SINTRAJUFE, as eleições não são um exercício onde se fala o que “público” quer ouvir e se oferece saídas fáceis. Repudiamos aqueles que tentam transformar as eleições sindicais numa caricatura dos pleitos oficiais, em que um “blá, blá, blá” sem conteúdo desfila enquanto as verdadeiras opiniões repousam por trás das cortinas.

Os ataques de ambas as chapas informam que querem partidarizar o Sintrajufe. Eles precisam responder à categoria porque no momento mais crucial da luta por reajuste, os dois coordenadores-gerais da Fenajufe, que representam a chapa 2 e a chapa 3, saíram para serem candidatos a vereador em 2012. Um pelo PSTU e outro pelo PCdoB, partido da base do Governo Dilma. Deixaram, assim, o Zé Oliveira, da nossa chapa, também coordenador-geral da Fenajufe, sozinho para conduzir a luta na Federação.

Ambas as chapas, que tanto nos atacam por defendermos a Central Única dos Trabalhadores, que representa mais de 22 milhões de trabalhadores e trabalhadoras no Brasil (36,7% dos trabalhadores sindicalizados), o fazem de modo não muito honesto, pois deixam de dizer que cada uma delas defende uma central sindical diferente e querem filiar o Sintrajufe a elas, por isso querem desfiliar da CUT.

A Chapa 2 é vinculada à CSP-Conlutas, que sequer tem registro como Central sindical porque não atende as critérios legais de representatividade, pois, segundo temos notícia (infelizmente no próprio saite da entidade não há informações sobre sua real representatividade), representa somente 85 sindicatos, o que nos deixaria isolados dos demais trabalhadores.

Já a chapa 3 defende a CTB, que é a favor do imposto sindical para toda a categoria. Esse mesmo grupo apresentou tese do último congresso da Fenajufe que abre dizendo que Dilma é uma heroína do povo brasileiro. Uma posição no mínimo errada, para quem reclama de “estagnação” da nossa chapa em relação ao governo.

Essa defesa da Dilma não se dá em qualquer situação, mas justamente quando ao invés de exaltarmos seu passado de luta pela democracia, deveríamos cobrar dela: Chega de arrocho salarial! Chega de privatizações! Chega de desoneração da folha de pagamento que coloca em risco a previdência social! Chega de impunidade aos criminosos da ditadura! É isso que se espera dizer de quem se diz independente. Um discurso aqui, outro acolá.

Mandato Sindical tem que ser respeitado

Quem ocupa mandato sindical tem que ter compromisso com a categoria.

O Ramiro, da chapa 3, tem que explicar à categoria porque está fechando 18 anos na direção da Fenajufe e 10 anos como liberado para a militância sindical. Não trabalha para mobilizar a categoria, mas aparece a cada três anos para concorrer às eleições.

Quando elegemos comissão de negociação na greve é para defender as decisões da categoria. Essa, todavia, não é a política da chapa 2, pois um dos seus integrantes na comissão de negociação da greve da JT não conseguiu defender decisão da categoria e, por isso, fugiu da mesa de negociação com o TRT.

Uma perversa aliança a serviço de quem?

Os colegas da chapa impulsionada pela Conlutas ecoam nos locais de trabalho o ódio contra a CUT que só encontramos igual nas páginas da Revista Veja ou nos comentários da Globo. São incapazes de separar o joio do trigo. Fazem coro com a direita e se aliam àqueles que defenderam a retirada de direitos da categoria, como as gratificações dos oficiais de justiça, dos agentes de segurança, as horas extras e o adicional de insalubridade. No discurso, defendem a paridade entre ativos e aposentados, mas se aliaram àqueles que defenderam a gratificação de produtividade, fazendo coro com a política de metas do CNJ e atingindo direitos dos aposentados.

Quem tem história e tem luta não tem o que esconder

Temos história, não escodemos nossas posições. Alguns colegas tem filiação partidária, outros não. Nossa chapa é plural abriga colegas de diferentes posições políticas e divergências sobre diversos temas. Mas foi a certeza da difícil situação que se avizinha que nos fez somar forças para nos colocarmos à altura nos novos desafios. Nesses 15 anos de Sintrajufe, colecionamos vitórias e vivenciamos derrotas, mas nunca deixamos a luta.

Como sindicalistas, não recuamos nenhum milímetro na luta pelas nossas reivindicações, como trabalhadores que somos, temos lado e sabemos por onde podemos avançar.

Dia 25, vote pela unidade, pela coerência e pela verdadeira independência!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Ustra nega mortes no DOI-Codi e diz que cumpria ordens do comando do Exército


Publicado Jornal Grande Bahia.com.br/Wilson Dias ABr

Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, coronel afirma que 'terroristas foram mortos em combate'



O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra disse hoje (10), em depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV), que no período em que ele comandou o DOI-Codi de São Paulo, entre 1970 e 1974, não houve nem mortes nem estupros de presos políticos em suas dependências. Ele disse que sua atuação nos órgãos de repressão reproduzia ordens do comando do Exército eu "os terroristas foram mortos em combate".
O DOI-Codi foi um dos principais centros de repressão da ditadura (1964-1985), sobretudo nos anos em que Ustra esteve no comando. Entre os que foram torturados por Ulstra nesse período está o vereador paulistano Gilberto Natalini (PV), que também depôs hoje, antes do coronel.
“Dos mortos, dois suicidaram-se no DOI, não no meu comando. No meu comando, ninguém foi morto lá dentro do DOI. Todos foram mortos em combate”, afirmou. O depoimento foi tenso e Ustra exaltou-se várias vezes.
Questionado por José Carlos Dias, membro da CNV, se ele permitia a tortura aos presos políticos, Ustra se calou. “Não vou responder, tá no livro”, respondeu, referindo-se à obra A Verdade Sufocada, publicada pelo coronel em 2006 com sua versão dos fatos.
Cláudio Fonteles, também membro da CNV, apresentou um documento sigiloso do  2º Exército que fazia relatórios mensais sobre informações sigilosas dos aparatos repressivos. O relatório de estatística do DOI-Codi de São Paulo de outubro de 1973 mostra que até aquele mês 1.713 pessoas tinham sido presas e levadas para suas dependências. Destas, 45 haviam sido mortas. Em dezembro do mesmo ano, o total de mortos subira para 47.
De 1970 até 1975, os documentos encontrados no Arquivo Nacional mostram que 50 pessoas morreram nas dependências do DOI-Codi. “No período que o senhor comandava o DOI pessoas que lá estavam presas sem o direito a nada foram mortas”, disse Fonteles.
Ustra retrucou, nervoso, e questionou Fonteles se estava lá para ser acusado. “O que o senhor disse - que eles foram mortos dentro do DOI - não é verdade. Eles foram mortos pelo DOI em combate, na rua. Dentro do DOI, nenhum”, afirmou e em voz alta.
O coronel referiu-se também à imprensa, que seria "tendenciosa" por não publicar ou divulgar os nomes de "todas as pessoas que os terroristas mataram”. Ele reafirmou várias que "cumpria ordens" de “combate ao terrorismo” vindas do comando do Exército. “Nós éramos um órgão de combate. Apareceram três mortos depois, apareceram. O senhor não quer acreditar. O senhor acha que eram santinhos que foram executados lá dentro, que não havia terrorismo naquela época”, retrucou o coronel.

Escrito por: Júlia Rabahie, da RBA


Fonte: CUT

sexta-feira, 10 de maio de 2013

8º Congrejufe em Minas Gerais dá um passo atrás na organização sindical

Desde o credenciamento do 8º Congrejufe, ocorrido de 26 a 30 de abril, em Caeté, Minas Gerais, o clima podia ser sentido pelos mais atentos: esse Congresso trazia uma diferença em relação aos demais.

Este Congresso trouxe uma questão que ainda não tinha sido vista no movimento sindical da esquerda: tinha-se notícia de tirada de delegados com compra de votos na Assembleia Geral do Distrito Federal.
Plenário na abertura do 8º Congrejufe
Foto: Cristina Lemos
E a estranheza não ficou apenas nisso: o Plenário teve acesso aos emails trocados por servidores sindicalizados no Sindjus/DF que ofereciam "sorteios de prêmios de R$ 1.000,00 entre os votantes na chapa", podendo ainda o prêmio ser dividido em quatro de R$ 250,00 cada!

Como não poderia deixar de ser, o resultado foi a despolitização e uma série de situações de maioria eventual que não reflete a categoria na sua base, reflete a presença de pessoas de extrema direita no meio sindical, que acabaram por manchar a história de 20 anos de combatividade da FENAJUFE.

Dessa forma, apostando na despolitização, na falta de diálogo, falta de debate na base e delegações em ritmo de torcida de futebol, com muito dinheiro investido pela CSP CONLUTAS  e pelo sindicato do Judiciário de São Paulo e baixada Santista - SINTRAJUD-SP (materiais expostos e afixados em várias partes do Hotel Tauá, faixas, banners, panfletos, adesivos, camisetas e flyers), foi que o congresso enfrentou diversas votações importantes para o futuro da organização e funcionamento da FENAJUFE.

A tese de conjuntura nacional e internacional foi votada e anunciava o final orquestrado no país inteiro pelas maiorias eventuais, pelos servidores que apoiaram sempre o "subsídio" como forma de remuneração, tirando direitos adquiridos de colegas aposentados, atacando diretamente ganhos como a GAS, GAE e outros.

Em poucos minutos, foi possível visualizar que havia uma aliança entre o CSP CONLUTAS e os setores mais retrógrados da categoria no plenário: as Associações desmobilizadoras que estiveram combatendo internamente a luta pela aprovação do PCS desde 2010, como a ANATA - Associação Nacional de Técnicos e Analistas e os "independentes" que procuravam aprofundar cada vez mais os abismos salariais na categoria.

O resultado, comemorado por todos aqueles que aplaudiram o "gol" do seu time, foi a votação pela desfiliação da FENAJUFE da Central Única dos Trabalhadores, uma conquista de representação e organização sindical que a Fenajufe possuía desde a sua fundação.

O momento foi de muita tristeza para quem estava lá. Principalmente para quem vê além das trincheiras de filiação partidária e de mero ataque aos companheiros e companheiras filiadas ao Partido dos Trabalhadores.
O contexto foi de decepção e de muito trabalho pela frente. Há muito o que se fazer para reconstruir o pensamento de luta conjunta e de pautas como:

  •  a LUTA CONJUNTA dos trabalhadores no serviço público federal - sem a qual não teríamos obtido a aprovação do nosso Projeto de Lei para o Judiciário;
  • o avanço da NEGOCIAÇÃO COLETIVA para a regulamentação - pauta EXCLUSIVA da CUT;
  • o avanço da Lei Sindical - com a regulamentação da atividade sindical, liberações e livre organização nos locais de trabalho;
  • o debate entre trabalhadores de todos os ramos da sociedade - público e privado, do campo e da cidade, que ocorre EXCLUSIVAMENTE dentro dos foros da CUT
  • a participação e fomento das lutas do Movimento Social, uma das pautas mais caras da CUT e dos sindicatos de esquerda;

Daqui para a frente e até o próximo Congresso da FENAJUFE, estaremos arregaçando as mangas e retomando a luta pela organização sindical e pelo enfrentamento dessas forças estranhas que foram trazidas pela mão pelo grupo intitulado "LUTA FENAJUFE", da CSP CONLUTAS, para que pudessem entrar pela porta da frente para ocupar lugar na direção executiva da federação.


Deputado Federal Roberto Policarpo, do DF, ex-coordenador da Fenajufe, na abertura do Congrejufe
Fotos: Cristina Lemos 


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Em Trabalho Voluntário para a Creche Piu Piu da Vila Planetário, na Prefeitura da Capital

Audiência ocorreu para tratar de assuntos relacionados ao acesso à JFRS e ao transporte público
Foto: Willians Barros - Sintrajufe/RS
Atendendo aos pedidos de servidores e servidoras da Justiça Federal e, no sentido de melhorar o acesso ao prédio-sede da JF, no interior do Parque da Harmonia, o sindicato dos servidores, Sintrajufe/RS e a Direção do Foro da Seção Judiciária marcaram audiência conjunta com o Prefeito da Capital.
A reunião contou com a presença da Diretora Cristina e dos diretores Zé e Marli do Sintrajufe, representantes dos(as) servidores(as), do Juiz Eduardo Picarelli, da Direção do Foro da Justiça Federal de 1º Grau, da EPTC, Vanderlei Capellari e Carla Meinecke, e da Prefeitura, o prefeito José Fortunati e Marcelo do Canto, o procurador do município.

Após tratarem dos assuntos que originaram a audiência, foi possível apresentar ao prefeito o documento enviado pela escola para pleitear melhoras na vida daquelas famílias que residem na Comunidade da Vila Planetário.




Cristina entrega Ofício da Creche Piu Piu da Vila Planetário ao Prefeito
Foto: Willians Barros - Sintrajufe
Veja a matéria que constou no blog da Creche:


No coração de Porto Alegre, casario do paço municipal, na tarde de 10 de abril de 2013, a Associação dos Moradores marcou presença junto à administração.
Após audiência solicitada pela Justiça Federal e pelo Sintrajufe/RS, para tratar de assuntos relacionados ao transporte coletivo, estação de bicicletas e outros assuntos do interesse dos servidores, o Prefeito José Fortunati recebeu, das mãos da voluntária Cristina Lemos, colaboradora da Creche Piu Piu, o Ofício da Associação Comunitária dos Moradores da Vila Planetário.

O Prefeito demonstrou interesse no documento e foi informado de que as providências que os moradores solicitam são medidas simples, que irão trazer grandes melhoras para a vida dos moradores da região.


Em resumo, o documento encaminha ao Prefeito Fortunati, que irá governar a cidade pelos próximos 4 anos, algumas solicitações da Comunidade da Vila Planetário, como:
REVITALIZAÇÃO da praça interna da Vila Planetário, com poda de árvores, limpeza e arrumação do terreno - que hoje é apenas barro, com iluminação pública, ajardinamento, colocação de bancos, etc. a fim de tornar a área um centro de convívio social aos moradores;
REVITALIZAÇÃO da Praça situada na esquina das Avenida Ipiranga com Rua Santana, com limpeza, iluminação, cuidado com os jardins e a construção de uma CANCHA para JOGOS;
GALPÃO DE RECICLAGEM em área da Vila Planetário (no final da Rua Luiz Manoel - área conhecida como "Redondo") para que os moradores não tenham de trazer o material de reciclagem e o lixo seco para a frente de suas casas, espantando o mau cheiro, as abelhas, moscas e ratos do cotidiano da Vila Planetário;
AUMENTO DO CONVÊNIO COM A SMED e CRECHE PIU PIU e contratação de professoras - para que as 
crianças da Comunidade possam ter um ensino melhor, uma escola melhor e um melhor futuro;

Na saída da audiência, Fortunati posou para a fotografia de Willians Barros, jornalista do Sintrajufe/RS segurando o documento nas mãos.

Confira o inteiro teor do documento, entregue para o Prefeito e protocolado no Gabinete do Prefeito,  clicando aqui

Fonte: Blog Creche Piu Piu e Sintrajufe/RS

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Sintrajufe/RS divulga os nomes dos delegados ao 8º Congrejufe




A assembleia geral do dia 16 de março elegeu os delegados do Sintrajufe/RS ao 8º Congresso Nacional da Fenajufe (Congrejufe), que se realiza de 26 a 30 de abril, em Caeté (MG).
A ida está programada para a manhã do dia 26/04 e o retorno será no dia 1º de maio, Dia do Trabalhador. 

Veja os nomes dos delegados da chapa 1 - VIVA VOZ:

Chapa – 1 Viva Voz
Ari Heck 
Bárbara Kern Wilbert
Barlese Santo Freitas de Oliveira
Caroline de Alcantara Santiago
Cristina Feio de Lemos
Edson Moraes Borowski
Eno Mews
Euzebio Marcos da Silva
Diogo da Silva Corrêa
Eledir Teresinha Martins
Fabiano da Silva 
Gleni Mara Monlleo Sittoni
Ivonilda Buenavides da Silva
Lourdes Helena de Jesus da Rosa
Lucas André Guarnier Rohde
Luciana Krumenauer Ortmann
Mara Rejane Weber
Marli do Campo Zandona
Rodrigo Puftz 
Sérgio Amorim
Silvana Beatriz Klein
Thomaz da Costa Farias
Vania Damin
Vera Pelegrino
Zé de Oliveira

Para informações da nominata das outras chapas eleitas na Assembleia
clique no link Sintrajufe

Fonte:  Sintrajufe - RS

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Diretora Cristina Lemos, representou o Sintrajufe na abertura do Circuito Integração da Justiça Federal RS

Entrega do Relógio da Campanha de Pausas para a colega Andréia de Lajeado

O Sintrajufe/RS, representado pela diretora Cristina Lemos, esteve em Lajeado, na manhã do último sábado, 6, prestigiando o início das competições da fase classificatória do Circuito Integração da JFRS.

Com grande presença de familiares - entre os quais, muitas crianças - os jogos de futsal masculino e vôlei misto aconteceram nas quadras cobertas do Parque do Imigrante.

O município é umas das sedes do evento, e, além dos anfitriões, reuniu competidores de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Santa Cruz do Sul.
Participaram as seguintes equipes:

Futsal Masculino:
Várzea Federal (Bento Gonçalves)
Caxias do Sul
Jus Goleandi (Santa Cruz do Sul)
Absolut (Lajeado)
Judiarias (Santa Cruz do Sul)

Vôlei Misto
Várzea Federal (Bento Gonçalves)
Caxias do Sul
Absolut (Lajeado)
Judiarias (Santa Cruz do Sul)
Na ocasião, a diretora Cristina Lemos entregou mais seis relógios da Campanha de Pausas do sindicato para servidores de setores da JF de Lajeado e Santa Cruz do Sul.
O colega Caçiano Fochesatto, de Bento Gonçalves, era um dos mais animados do torneio, desdobrando-se a ponto de ter participado de quatro partidas, nas duas modalidades, quase que simultaneamente. "Achei ótima essa forma descentralizada do Circuito; só não participa quem não quer", disse o multiatleta, que saiu vencedor nos quatro prélios de que participou. "Tive 100% de aproveitamento", comemorou Caçiano.

A colega Dulce Balbinot Costa, diretora de base do Sintrajufe/RS em Bento Gonçalves, e representante do sindicato no comitê organizador do evento no estado, também estava bastante satisfeita com o início dos jogos. "É a grande oportunidade para trocarmos figurinhas com os colegas de outros lugares", disse ela. "Nosso time, o Várzea Federal, joga junto há 10 anos, e sempre participamos de tudo. Esperamos que o sindicato continue apoiando iniciativas como a do Circuito Integração", afirmou.

Na hora do almoço, as delegações das quatro cidades fizeram um rateio e promoveram um grande churrasco de confraternização na área arborizada do Parque, regado a chopp gelado e muita conversa.


"Este é o verdadeiro espírito do Circuito: aproximar e integrar os colegas que, quase sempre, comunicam-se apenas pelos computadores", afirmou Cristina Lemos. "Estamos felizes por patrocinar um evento como este, que, acima de tudo, cria vínculos afetivos e estreita os laços entre os servidores", concluiu a dirigente.


A fase classificatória das competições de futsal e vôlei prossegue nos próximos sábados, nas sedes de Santo Ângelo, Santa Maria, Santana do Livramento, Pelotas, Passo Fundo, Novo Hamburgo e Porto Alegre. A etapa final do Circuito, com a gincana e as provas de atletismo, vai ser de 7 a 9/6, em Canela e Gramado.

Texto e Fotos: Willians Barros
Fonte: Sintrajufe - RS



quarta-feira, 3 de abril de 2013

Assembleia Geral Sintrajufe elege Delegação para 8º Congresso da FENAJUFE



Diretora Cristina Lemos na mesa, com Thomaz e Zé
Assembleia Geral 16/03/2013 - Foto: Rosane Vargas
Dia 16 de março de 2013, no Salão Multicultural da Ecossede do Sintrajufe/RS, a categoria do Judiciário Federal se reuniu em assembleia geral.



Havia dor e luto no sindicato, pela perda repentina da amiga e Diretora Sara da Gama Mor, no dia 15, o que cancelou todos os eventos do Sintrajufe.
Todavia, não foi possível adiar a assembleia geral que elegeria os delegados ao 8º Congrejufe, pois o calendário da Federação não permitiria essa alteração. Na Assembleia foi registrada a atuação e a presença constante da militante e lutadora Sara, servidora aposentada da Justiça do Trabalho que sempre defendeu com garra os direitos das pessoas com deficiência, sempre protagonizou as lutas das mulheres e por um mundo mais justo e mais igualitário. Sara da Gama Mor? PRESENTE gritaram as pessoas emocionadas no plenário.

A pauta da assembleia foi seguida e o prazo para inscrição de chapas aglutinadas para a participação no Congrejufe foi aberto. Foram inscritas 5 chapas diferentes e que tiveram as votações que seguem:
  • Chapa 1 - VIVA VOZ - defendida por Silvana e Zé - 84 votos
  • Chapa 2 - Luta de Classes e Fenajufe Independente e de Luta - defendida por Carlini - 12 votos
  • Chapa 3 - Nova Arrancada - defendida por Loguércio - 23 votos
  • Chapa 4 - Luta Fenajufe - defendida por Cristiano e Paulo - 41  votos
  • Chapa 5 - Fora Dilma - defendida por Eduardo - 01 voto
O 8º Congresso da FENAJUFE ocorrerá entre os dias 26 e 30 de abril, no estado de Minas Gerais, cidade de Caeté e os delegados elegerão, nos dois dias finais do evento, a nova direção nacional da FEDERAÇÃO, que será responsável pela política a ser implementada na Fenajufe no decorrer do próximo período 2013/2016.

Mais informações www.fenajufe.org.br



segunda-feira, 1 de abril de 2013

PT lamenta o falecimento da militante e suplente de vereadora Saraí Soares


É com pesar que o PT de Porto Alegre comunica o falecimento da companheira e suplente de vereadora Saraí Soares. Aos 47 anos, Saraí foi vítima de uma parada cardíaca nesta madrugada na sua casa. O velório está sendo realizado na Câmara Municipal de Porto Alegre. O sepultamento será às 18h no cemitério da Santa Casa.


Ex-conselheira tutelar, primeira mulher negra eleita vereadora em Porto Alegre, Saraí sempre lutou pela autonomia e o protagonismo feminino na sociedade, por um mundo mais justo, solidário e igualitário.

Vereança

Nascida em 24 de junho de 1965, em Santa Maria (RS), servidora estadual, Saraí foi vereadora suplente de Porto Alegre na legislatura 1997-2000 e assumiu a titularidade diversas vezes. Nas eleições de 2012, concorreu a uma vaga na Câmara, pela coligação PT, PPL e PTC, e ficou na suplência.

Asscom PT-POA   Fonte: Portal PT - Poa 

segunda-feira, 18 de março de 2013

VI Congresso Estadual do Sintrajufe - dias 24 e 25 de novembro de 2012, Porto Alegre

Nos dias 24 e 25 de novembro de 2012, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre, ocorreu o VI Congresso Estadual do Sintrajufe/RS, agregando os servidores e servidoras das Justiças Federal, do Trabalho, Eleitoral e Militar no estado.

Não foi fácil aglutinar a categoria no período que antecedia o final do ano e houve muitos delegados e delegadas que, mesmo após terem sido escolhidos nos seus setores de trabalho, não puderam se deslocar até a capital.
Desta forma, a direção do sindicato, após ponderações e reuniões com grupos políticos que formam a base da categoria do judiciário, optou por submeter ao Plenário o adiamento da eleição de delegados e delegadas ao 8º Congrejufe. Com o quorum existente no Congresso Estadual, a categoria perderia de eleger 13 delegados ao congresso eleitoral da federação, o que não seria justo com a representatividade do sindicato do RS no cenário nacional.

Também foi levado à mesa de organização a possibilidade de vir a ser discutida judicialmente a eleição dos delegados no Congresso, em razão de aditamento ao Edital de convocação publicado em jornal de grande circulação e os prazos estatutários do Sintrajufe.
Assim, apesar de algumas manifestações contrárias, no calor do momento, a decisão da categoria presente no Congresso Estadual foi a de adiamento para assembléia geral em março de 2013, prazo final estabelecido pela FENAJUFE para a eleição dos(as) delegados(as).

Mesmo assim, a semana foi de muito trabalho para os funcionários e direção do sindicato: houve o Encontro do Núcleo de Aposentados e o I Encontro Estadual de Saúde da categoria, nos dois dias que antecederam o Congresso Estadual.

O Encontro Estadual de Saúde foi um grande marco na história do Sindicato, pois foi o momento em que se apresentou à categoria a pesquisa geral entre servidores do RS, a única pesquisa séria com dados concretos colhidos junto à categoria do JUDICIÁRIO FEDERAL no contexto laboral do processo eletrônico como ferramenta de trabalho.


Apresentação da tese do Coletivo Viva Voz, com Thomaz, Mara e Silvana, da direção do Sintrajufe/RS.
Foto: Cristina Lemos
 Após os debates relacionados à Conjuntura e à carreira, houve o painel acerca da Previdência Complementar e suas regras de funcionamento, ainda muito nebulosas para entendimento, mas com data para início na vida dos servidores.




















Ao final do Congresso Estadual, a categoria ainda pode se aproximar dos conhecimentos adquiridos na Cultura Popular que pulsa no Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, e que funciona no imóvel cedido pela categoria ao Ponto de Cultura e telecentro, na Capivari, Zona Sul de Porto Alegre.
Após contar rapidamente a história do ponto e das diversos projetos que ali vem tomando forma, com a participação da comunidade do Cristal, houve um momento muito tocante, com o som do instrumento "sopapo" e considerações sobre a sua origem, no seio da cultura africana e gaúcha.

Resgatando no Blog o I Encontro de Saúde do Sintrajufe/RS, em novembro/2012

O painel “As transformações do mundo do trabalho” ocorreu na parte da manhã do dia 23, no I Encontro de Saúde dos Trabalhadores do Judiciário Federal do RS, promovido pelo sindicato. Com mediação da diretora Silvana Klein, contou com a participação da professora do Departamento de Psicologia da UFPR e doutora em Medicina Preventiva Lis Andréa Sobol e do professor da Ufrgs e doutor em Economia Aplicada Cássio Calvete.

Lis disse que o sistema de produção capitalista atual não está só no trabalho, mas na vida das pessoas. “A aceleração performátcia está na vida hoje. As pessoas fazem mais rápido o que têm de fazer e o fazem porque têm mais coisas a fazer no mesmo tempo que tinham antes”, explica.

Outra característica do mundo do trabalho é a polivalência, o fazer várias coisas, a descartabilidade do outro. A ênfase, afirma a pesquisadora, está nos resultados de curto prazo. A quantofrenia também foi elencada por Lis Sobol; seria, de maneira simplificada, o sentido de que tudo precisa ser medido. Encaixa-se aí a superação de metas e o estabelecimento, sempre, de novas metas.

O aspecto saúde, nesse sistema, só é pensado quando prejudica o trabalho (adoecimento do trabalhador) ou do ponto de visto estético.


Painel tarde - Foto: Cristina Lemos
Essas novas relações de trabalho, mais individualizadas e com cobranças de produção, alicerçadas na tecnologia, geraram novas patologias: sobrecarga, solidão (“descompensamento”), violência (assédio moral), LER/Dort. O assédio moral é também uma estratégia de gestão, de acordo com Lis Sobol, “é uma forma de controle do trabalhador”. E é uma estratégia que se generaliza, banaliza e gera ainda mais individualização.

Para romper com esse quadro, diz a pesquisadora, o trabalhador precisa amar a si próprio e respeitar seus limites pessoais. Na opinião dela, essa lógica de individualização precisa ser rompida. “São os vínculos no trabalho que capacitam para o enfrentamento da visão que coloca o outro como competidor”, explica.

As lutas por redução de jornada e aumento de salário se confundem na história, aponta Cássio Calvete. Ele lembra duas datas importantes, o Dia do Trabalhador e o Dia Internacional da Mulher, que são geradas por essas lutas. Cerca de um século depois, esses temas estão na pauta. No Brasil, a redução da jornada foi retomada em 2001, 2003, como forma de reduzir o desemprego, o tempo e a intensidade de trabalho.

Para Calvete, a jornada extensa aumenta as doenças ocupacionais. Além disso, a sua distribuição em bancos de horas, trabalhos nos finais de semana, terceirizações, trabalho em casa são formas de explorar o trabalhador.

O pesquisador acredita que seja possível reduzir a jornada de trabalho no Brasil sem que isso signifique redução de salários. Na opinião dele, é preciso uma mudança de valores, usar a teconologia a favor, e não para aumentar a intensidade e a duração do trabalho, pois com a internet e o celular o trabalhador está à disposição em qualquer lugar, a qualquer hora.



Por Rosane Vargas, Sintrajufe/RS

Fonte: Sintrajufe www.sintrajufe.org.br


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Indignação? é pouco! Eu estou furiosa!

Eu me senti sangrando como ela...
Fotos: Cristina Lemos
Foi na hora do almoço do dia 06 de fevereiro que tive a notícia: a Prefeitura de Porto Alegre acaba de cortar 14 árvores na volta do Gasômetro.
E então, aquelas belíssimas e frondosas árvores que adornavam o Parque Júlio Mesquita e sob as quais a gente passa todos os dias, acabaram de ser mortas.

Como alguém toma uma decisão tão obtusa como esta?
Como alguém se senta tranquilamente atrás de uma mesa e decide que 115 frondosas e cinquentenárias árvores terão de morrer?
Sem contar que esta atitude tão vil ainda vai desconfigurar um dos nossos mais conhecidos cartões postais da cidade...

O poder público de Porto Alegre rasga todas as credenciais de conservação de meio ambiente e de proteção às árvores - aliás, são belíssimos Ipês Roxos e Ipês amarelos que nos protegem do sol escladante do verão gaúcho e ainda permitem um chimarrão na praça com a família.

Com que direito?


Moro no Centro há mais de 15 anos e nunca havia presenciado tamanha violência e arbitrariedade com o meio ambiente.










A última atitude assim da qual tive notícia - e também me alinhei aos combatedores - foi na destinação da Avenida Edvaldo Pereira Paiva para a construção de Posto de Gasolina, Hotéis de luxo, etc. Lembram? Não por acaso, era um Projeto do mesmo partido: PDT, na época capitaneado pelo Alceu collares e autoridades envolvidas na especulação imobiliária da época. O povo entrou na Câmara dos Vereadores e a votação não saiu. Depois, tentaram realizar outra a portas fechadas.
Não dá para ficar quieto e deixar acontecer a patrola do "TUDO PELA COPA DO MUNDO". Não é assim que funciona. Há gente envolvida. Há uma cidade envolvida, senhor prefeito Fortunati.
Perguntado pela imprensa o porquê desse tamanho golpe no meio ambiente e no ecossistema do centro da cidade, o prefeito José Fortunati respondeu: "A população não utiliza etas árvores."
Convido então, Vossa Excelência a sair do conforto de sua casa bem cedo, pelas manhãs e vir até o Parque/a Praça Julio Mesquita: vai presenciar pessoas de várias idades passando para ir ao trabalho, à escola, brincando na pracinha ou mesmo passeando com seus cães. Se for mais ao final da tarde, vai ver também as rodas de chimarrão, de pagode e de capoeira. Vai ver amigos batendo papo e ciclistas descansando na sombra.

Se, por ventura, o prefeito nos der a honra da visita em um final de semana ou feriado, vai poder compartilhar da companhia de várias famílias que vêm, muitas vezes de outras cidades, da grande Porto Alegre e do interior, para sentarem-se sob os ipês do Gasômetro.

E agora? "Quantas copas por uma copa?"


Não foi eleito com meu voto, mas vou acompanhar cada atitude desse governo e vou denunciar publicamente arbitrariedades como essa.
O Ato organizado no dia 07/02/13: "Quantas copas por uma copa?" teve a presença de mais de 500 pessoas e busca dar um fim nesse projeto que inverte a lógica da cidade em nome da passagem de automóveis, que já se sabe, não vai parar por aí e não resolve a questão viária.
Será preciso melhorar a rede de transporte público e atender melhor a população, como é exemplo em grandes cidades do mundo.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A CUT não participará do FST de Porto Alegre em janeiro de 2013


Por: João Antonio Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT

A CUT participa do Fórum Social Mundial desde a sua fundação, em 2001. Sempre o consideramos um espaço de atuação extremamente importante para todos os movimentos sociais e organizações que buscam construir um mundo mais justo e democrático. Vamos continuar valorizando este espaço, pois é o único unitário de todos os movimentos sociais e de abrangência mundial.

No entanto, consideramos que o Fórum já deveria ter avançado na definição de ações consensuadas entre todos estes movimentos. As mudanças que queremos para o mundo só ocorrerão através de ações que puderem ser assumidas por todos. O Fórum precisa deixar de fazer apenas reflexão e partir para a definição de ações, já que temos perdido muito tempo refletindo e pouco tempo agindo em relação aos abusos das transnacionais e da lógica excludente do sistema financeiro. A crise europeia também deveria ser um tema prioritário, bem como a imposição da militarização como lógica das relações políticas entre os países.

Estas são divergências políticas que não impedem a convivência, mas com certeza contribuem para aperfeiçoar o papel do Fórum e manter a necessária unidade.

No entanto, alguns fatos mais recentes têm contribuído para a nossa desunião e a exclusão de algumas organizações historicamente comprometidas com o Fórum, da participação desse importante evento.

Decidimos não participar do Fórum Temático que será realizado nesta última semana de janeiro de 2013 em Porto Alegre, pelos seguintes motivos:

1. A CUT não é uma indústria de organização de eventos. O Fórum é um dos espaços de atuação internacional da CUT, não é o único. As mesmas organizações que participaram do Fórum Temático de janeiro de 2012, da Rio+20 realizada em junho de 2012, participaram do Fórum em Solidariedade à Palestina em novembro de 2012 em Porto Alegre e estão sendo convocadas a participar deste Fórum Temático de janeiro de 2013 e também a participar do Fórum Social Mundial que será realizado na Tunísia em março de 2013. Ou seja, em 14 meses, cinco grandes eventos internacionais. Parece-nos uma enorme dispersão de forças. O Fórum em defesa da Palestina só foi realizado em novembro de 2012 porque a imensa maioria das organizações em defesa da Palestina assim o quis, tanto aquelas que atuam na Palestina como aquelas que atuam em outros países.

2. Consideramos que a organização deste Fórum Temático de janeiro de 2013 provocou a exclusão de inúmeras entidades pelos motivos relatados acima e também por ferir a Carta de Princípios do Fórum. O principal deles é a autonomia em relação ao Estado e a partidos. O Estado e os partidos podem e devem apoiar os eventos, no entanto jamais exercer o controle. A Prefeitura de Porto Alegre fez aprovar um Projeto de Lei na Câmara Municipal definindo que toda última semana de janeiro será realizado um Fórum naquela cidade. Onde foi debatida esta iniciativa? Parece-nos que é uma interferência do poder público numa organização que deveria ser autônoma.

3. Outro motivo que causou a indignação em muitas entidades que participaram do Fórum em defesa da Palestina foi a postura da Prefeitura de Porto Alegre. Não destinou nenhum recurso para este Fórum e canalizou uma enorme quantidade de recursos para o Fórum Temático de janeiro. Ao não destinar recursos ao Fórum da Palestina, se submeteu ao poderoso “lobby” daquelas organizações que são contra a criação do Estado da Palestina. Ao adotar esta prática, a Prefeitura passa a definir quais são os temas que o Fórum deveria debater, apoiando uns e desprezando outros, de acordo com seus interesses políticos, dos novos “parceiros” e “amigos” do Fórum.

Outra interferência nociva da Prefeitura de Porto Alegre no Fórum já havia sido adotada no Fórum Temático realizado em janeiro de 2012 na capital gaúcha quando destinou recursos para uma central sindical pagar passagens aos “seus convidados” em detrimento de todas as outras organizações. Esta prática felizmente não tem sido adotada pelo governo federal e estadual que têm apoiado todos os Fóruns, não descriminando ninguém e não interferindo na definição dos temas. Depois de tantos anos de consolidação do Fórum como um espaço livre e autônomo, somos obrigados a verificar uma imposição política do poder público, determinando temas e definindo quem são os parceiros mais próximos. Não aceitamos que ocorra no Fórum aquilo que, para todas as organizações é abominável: quem ajuda financeiramente tem o direito de mandar e controlar.


Consideramos que esta prática está descaracterizando o Fórum e por isso não participaremos deste Fórum Temático. A continuar esta postura, não participaremos também dos próximos.