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sexta-feira, 8 de outubro de 2010
A minguada votação da (des)governadora não surpreende os trabalhadores
Para todos aqueles que acompanharam o governo da ex-ministra Yeda Roratto Crusius no Rio Grande do Sul há um consenso: houve grande conivência da mídia local com esse (des)governo.
Desde os primeiros 100 dias de governo, a ex-deputada de FHC mostrava sua pendência por atingir grandes metas - desde que no campo pessoal. O orçamento estadual sofreu indecente maquiagem até que Yeda pudesse anunciar seu propalado "déficit zero", em detrimento de investimentos na área social e com cortes direcionados ao funcionalismo estadual. A chefe do executivo estadual posou diante das ávidas câmeras da RBS, dos microfones das rádios ou das câmeras operadas pelos oprimidos trabalhaadores da TVE (transformada em território de atuação dos integrantes do Piratini) durante todo o seu governo, realizando programas de "perguntas e respostas" para que pudesse diretamente oferecer à população - via veículo oficial - a sua personalíssima versão dos fatos.
A relação do governo da tucana com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e as denúncias que surgiram foram transformadas pela mídia em ações pontuais, na tentativa de não permitir que arranhassem a imagem da governadora.
Mesmo diante dos fatos contundentes apresentados pela investigação da Polícia Federal na Operação Rodin, de Santa Maria, apontando as Fundações e as íntimas relações dessa sangria de quarenta milhões dos cofres públicos - sem licitação desde o governo Rigotto - com migração direta aos caixas de empresas cujos proprietários foram identificados como diversos dos seus assessores e de políticos ligados à casa civil, não foram suficientes para a imprensa gaúcha tomasse a frente na luta pelo fim da corrupção e em defesa do povo.
A CPI que teve início após muito esforço pelas bancadas de oposição só tiveram seus pedidos assinados pela base de apoio da governadora quando houve a divulgação de gravações de conversas entre diversos indiciados no inquérito das Fundações, tamanho o esforço de blindagem ao governo estadual.
Essa CPI, conduzida pelos parlamentares de oposição como Fabiano Pereira, Raul Pont, Elvino Bohn Gass e outros, foi acachapada por declarações de idoneidade reforçadas em diversas edições dos jornais de grande circulação na Capital e no interior.
Nunca se viu tantas vezes a imagem da governadora nas páginas frontais dos jornais - chegando a ser capa do jornal Correio do Povo com o dedo em riste (em posição ameaçadora aos seus acusadores?)no dia seguinte à sessão da Assembleia Legislativa que, com o voto de seus aliados, decidiu pelo "arquivamento" do impeachment da (des)governadora.
Diga-se de passagem, a relatora do pedido de impeachment formulado pelos deputados de oposição e pela sociedade gaúcha foi a Deputada Zila Breitenbach - PSDB, uma das citadas nos relatórios do inquérito conduzido pela Polícia Federal como integrante do esquema, jamais poderia ter sido a responsável pela relatoria enão poderia ter sido esperado outro encaminhamento que não fosse o imediato arquivamento sem o aprofundamento das investigações e eventual condenação de seus próprios correligionários, ou seja, sem nenhuma isenção no processo.
Naquele momento e desde então, esse blog destaca os movimentos da sociedade civil, como os sindicatos, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, a Marcha Mundial das Mulheres, a CUT e as Centrais de esquerda e outras associações agiram de forma contundente, mesmo com a criminalização dos movimentos sociais - tratados como selvagens e ilegitimados diante da opinião pública nos veículos de comunicação em todo o estado.
No Ato de 8 de março realizado na fronteira do estado do Rio Grande do Sul para denunciar a redução da faixa de fronteira encaminhada pelo executivo em favor da monocultura do eucalipto e das indústrias papeleiras, como a Aracruz e a Stora Enso, centenas de mulheres e de crianças manifestantes foram mantidas presas e sofreram violência e privações durante mais de 12 horas, detidas por policiais truculentos - agindo em acordo com as ordens do Comandante Coronel Mendes da Brigada Militar, com anuência explítica da governadora.
O descaso com a sociedade civil organizada, a desconsideração com sindicatos e movimentos sociais, e o desrespeito ao diálogo foi marca de toda essa nefasta administração.
Os movimentos então, saíram às ruas. Nesse contexto, mobilizados em todo o estado e diante do assassinato do companheiro agricultor Edson Brum, atingido pelas costas por um tiro de arma em poder da Brigada Militar e diante da atitude sempre violenta das forças policiais sobre todos os trabalhadores e trabalhadoras que tomaram sem cessar a Praça da Matriz, a sociedade gaúcha preparou sua resposta.
Salve a brilhante atuação dos Servidores Públicos, que não poderiam agir de forma diferente em relação à crescente perda de direitos que foi operada pela senhora (des)governadora. Reuniram-se em Foro Estadual e operaram atos em conjunto pela garantia de direitos conquistados e contrariamente aos sucessivos projetos de lei enviados pelo Piratini cujo objetivo era o de ceifar direitos dos servidores estaduais.
Parabéns ao CPERS sindicato, ao SIMPE-RS, ao Sindicaixa, ao Sindsepe-RS, aos bancários do Banrisul e às diversas outras entidades e trabalhadores(as) que, junto à CUT e as demais Centrais de Trabalhadores ligadas à esquerda trabalharam muito para denunciar os demandos desse governo, combatendo de forma desigual os excessos da imprensa em torno da manutenção da impávida figura da (des)governadora.
Somente essa forte proteção dos meios de comunicação é que justifica a votação - no entendimento desse blog - de algum gaúcho desatento no projeto de desmantelamento do Estado e de favorecimento às elites que o PSDB defende e executa no Rio Grande desde o início dessa gestão.
Esse blog espera, por fim, como é a esperança de 54 por cento dos gaúchos que votaram em Tarso Genro no primeiro turno, de forma inédita, que a transição ocorra da melhor forma possível, sem que a equipe do atual governo crie ainda mais obstáculos para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.
Adeus governadora.
Já vai tarde, Yeda.
Fonte: http://vitalbarbosa.blogspot.com
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