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quinta-feira, 7 de julho de 2011
Artigo Publicado no Jornal Correio do Povo - agosto de 2006
O papel do sindicato
Cristina Feio de Lemos
Todo barco navega bem em mares calmos, dizem os marinheiros. Para testar as estruturas que foram preparadas par enfrentar tempestades e tormentas, há que se desafiar mares revoltos e muito tempo ruim.
Assim também se dá no seio da sociedade organizada.
Nos dias de hoje, em que vivemos uma crise de credibilidade das instituições democráticas e quase tudo está sendo posto em xeque, ressurge a necessidade de avaliação das nossas organizações sindicais. Avaliação? Sim. Reformulação? Talvez. Nunca o trabalhador, no mundo inteiro, viu tantos homens e tantas mulheres alijados de sus direitos trabalhistas. Mão-de-obra escrava, extraindo o trabalho em troca de pão.
Nunca se percebeu tão claramente o crescimento da “informalidade”. Legiões de funcionários se carteira assinada e contratações sem garantia de direitos.
Em contrapartida, nunca os sindicatos foram tão chamados a exercer o seu papel de representação junto aos empregadores. Faz-se necessário o fortalecimento da ferramenta de defesa dos trabalhadores: o sindicato. Essa entidade que surgiu da necessidade legítima da classe trabalhadora precisa, mais do que nunca, atuar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Provocados pelas leis do mercado, que os empurram diuturnamente à competição acirrada, os trabalhadores vêem-se questionando a própria existência dos sindicatos. Atacam a forma sem entender seu conteúdo.
Compreender a origem das lutas e da caminhada que nos levou a atingir os degraus da liberdade de associação e de opinião (atingida após muitos companheiros terem sido abatidos antes de verem concretizados seus ideais) perfaz uma tarefa saudável que se impõe às direções sindicais. Torna-se indispensável às entidades sindicais que avancem na realização de seminários de formação, congressos e encontros de conscientização e de esclarecimento às categorias.
Mas não pára por aí! Será preciso estimular a participação. Apreendemos melhor o sentido daquilo que verdadeiramente construímos e a massa trabalhadora sente falta do sindicalismo na sua base.
Artigo publicado no Jornal Correio do Povo - 18 de agosto de 2006
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