Meu voto pela paridade de gênero na CUT, CONCUT 2012 Foto: Cristina Lemos |
Coroando uma longa história de lutas e de conquistas em todos os sindicatos do país, as mulheres CUTistas provocaram essa discussão ao longo do anos e, naquele dia 12 de julho de 2012, no 11º Congresso Nacional da CUT, foi aprovada com ampla maioria a PARIDADE de Gêneros como política da Central.
Não é pouca coisa! Trata-se de se retomar a discussão - há muito escamoteada - em diversas categorias - de como vem sendo estruturadas as direções de sindicatos no Brasil, e mais do que isso, como vem sendo propiciada a participação política das mulheres nesse país.
As mulheres vêm sendo assistidas e vem sendo oferecidas iguais oportunidades de participar da luta e das atividades políticas nos sindicatos?
Ou vem sendo travada a luta silenciosa das mulheres com dupla e tripla jornada de trabalho - sem ter seu espaço garantido nas discussões e nas organizações de trabalhadores no país?
É com orgulho que se dá esse passo. Essa inserção da exigência de PARIDADE como critério de participação na CUT empurra o avanço naqueles recônditos do país em que as mulheres não vem sendo reconhecidas para integrarem as direções dos sindicatos - ou quando muito - atingem alguns cargos de representação menor nos quadros das entidades.
As justificativas dos atuais dirigentes vêm tendo, historicamente, o mesmo pano de fundo: as mulheres não participam, não vêm às discussões, ou, o argumento mais recorrente: "as mulheres não tem formação política para ocuparem tais cargos".
Ora, como podem as mulheres atingir tal grau de formação e de preparo para dirigirem seus sindicatos e tomar a frente da luta se não há fomento para tanto? Esbarrando nas restrições mais básicas, como a falta de estrutura de apoio nos sindicatos e nas assembleias, congressos, etc., como a política de oferecer creches, recreacionistas e, ainda, que se possibilite às crianças acompanharem suas mães e/ou pais dirigentes para participarem de eventos fora do município.
Essa é somente a ponta do iceberg que aparece sob a superfície de uma longa história de dificuldades na relação com os dirigentes. Ambos os sexos estão presentes nas bases das categorias, porém, muitas vezes sem presença significativa nos cargos de direção, tampouco nas representações dos sindicatos para Congressos, Encontros, Seminários, Simpósios, Delegações, Deliberações, Direções de Base e de Organizações por Local de Trabalho e outras. Trata-se de um aprendizado e de um ajuste constante no interior das estruturas, para que cada vez mais se possa atingir a meta da igualdade.
Todavia, a luta pela Igualdade encontra ainda, resistências. Se por um lado a PARIDADE foi defendida pelas mulheres da Marcha Mundial das Mulheres, CUT pode mais e por quase todas as correntes internas à Central, uma delas bateu de frente.
Dentro da CUT, a corrente interna ao Partido dos Trabalhadores, denominada "O Trabalho", é contrária a essa decisão e defendeu sua posição no Congresso.
Uma vez garantido o espaço para essa defesa, bastante equivocada, a meu ver, teve espaço a votação e as mulheres comemoraram muito o grande momento histórico da Central e no avanço da luta pela paridade de gênero no Brasil.
Um grande viva à luta das mulheres em todo o Brasil!
Cristina Feio de Lemos
Delegada ao 11º CONCUT pelo Sintrajufe-RS
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