No dia 28 de setembro de 1970, o general Emilio Garrastazu Médici cassou a concessão da TV Excelsior, emissora que foi líder de audiência nos anos 60 e que apoiou o governo de João Goulart. A Excelsior deu partida às telenovelas na tv brasileira e introduziu um padrão técnico que mais tarde seria copiado pela Globo. Atravessando dificuldades financeiras, a Excelsior teve sua concessão cassada pela ditadura. Depois do dia 28 de setembro de 1970, a programação continuou por mais dois dias em São Paulo e no Rio de Janeiro, até que o Ministério das Comunicações retirou o cristal responsável pelas transmissões. A maioria dos artistas que trabalhava na Excelsior foi para a Globo, que ainda engatinhava nas novelas. Com o fim da Excelsior e a crise da Tupi, a Globo passou a reinar praticamente sozinha. Inútil procurar por um editorial da Globo criticando a cassação da concessão da Excelsior. Aliada da ditadura militar, a empresa aproveitou o episódio para crescer.
A Excelsior chegou a deter mais da metade das ações da TV Gaúcha de Porto Alegre (inaugurada em 29 de dezembro de 1962), em composição com a família Sirotsky. Em 1964, 75% das ações da emissora são vendidas, devido a problemas financeiros ao grupo Simonsen, proprietário da Excelsior. Em 1968, Maurício Sirotsky conseguiu recuperar o controle da emissora, comprando-a de volta, integralmente. É desnecessário também procurar algum editorial do jornal Zero Hora, da RBS, criticando a cassação da concessão da Excelsior, em 1970. Fundado em 1964 para substituir o jornal Última Hora, também fechado pelo regime militar, Zero Hora apoiou a ditadura militar, inclusive com editoriais destacando o papel cívico do golpe de 1964. Seguindo os passos da Globo, a RBS lançou as bases para seu império empresarial no sul do país, beneficiando-se de suas relações com o regime militar. Ao final do período da ditadura, a RBS havia se tornado a principal empresa de comunicação da região Sul, em estreita parceria com a Globo.
Fonte: RS Urgente e CSD Debates
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