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sábado, 7 de julho de 2007

Avaliação do Pleito


Companheiras e companheiros:

Passados alguns dias do calor do pleito eleitoral, começam a se clarear algumas conclusões. Quem se envolveu de corpo e alma na discussão que se travou no seio da categoria sobre as propostas que se contrapuseram na disputa, agora pode dividir com vocês uma avaliação tranqüila sobre as eleições para a Direção Colegiada do Sintrajufe.
Em primeiro lugar, ficou claro entre nós qual a alternativa que a categoria escolheu como viável e qual a alternativa que não oferecia “alternativa alguma”. Digo isso com a serenidade de quem conversou com os servidores nos setores de trabalho e viu nos colegas uma grande dúvida em relação às posições (mal) explicitadas nos panfletos da Chapa 2.
A começar pelo nome, eu pergunto: como assim, companheiros, por que o nome “Luta-Sintrajufe”? Por acaso o Sintrajufe que nós conhecemos não é de luta?
Independente do governo que elegemos, temos cobrado sim, ano após ano, em mobilizações e greves nacionais que tem marcado a história do Judiciário. Posso imaginar que talvez os colegas que hoje redigem documentos com acusações contra a direção do sindicato não tenham participado da:
· Greve de 2003 – contra a reforma da Previdência;
· Greve de 2004 - que pressionou os Tribunais superiores o aumento da GAJ e a instauração do Grupo de Trabalho que iniciou o PCS-3;
· Greve de 2005 – que arrancou dos armários do CNJ um parecer favorável ao PCS-3, exigível após a Reforma do Judiciário (PEC 45, a qual determina que não haveria mais projeto de interesse do judiciário que não tivesse avaliação do conselho nacional de justiça);
· Greve de 2006 – 45 dias de greve que obteve o maior Plano de Cargos e Salários que o judiciário federal já viu, com impacto monetário maior do que a renda bruta de alguns Estados brasileiros (em torno de 6 bilhões de reais), ou como compararam alguns parlamentares durante nosso trabalho de corpo a corpo no Congresso Nacional “o impacto financeiro desse PCS de vocês é maior do que o da transposição do Rio São Francisco”;

Sobre a GREVE DE 2006 – que conquistou o PCS-3: Reforçando ainda mais a postura de luta do Sintrajufe, que sempre pautou a condução do movimento na responsabilidade e na unidade da greve em todo o país, a greve no RS e em mais 18 estados foi suspensa por 10 dias. Uma atitude racional, encaminhada pelo comando nacional de greve, em mesa de negociação com representantes do governo, como demonstração de força e de unidade entre todos os sindicatos filiados à Fenajufe. No panfleto mentiroso que foi distribuído à categoria, os colegas bradam que o movimento estava ascendente, mas diversos sindicatos de vários estados sinalizavam que a suspensão vinha em boa hora, que haveria dificuldade em manter a unidade da greve. Bradam, ainda, que outros estados “mantiveram a greve” e forçaram a retomada, o que também não ocorreu dessa forma: apenas o Sindicato de São Paulo (Sintrajud) manteve uma greve isolada e suicida, atingindo diretamente o bolso dos colegas de lá: tiveram, inclusive descontos de dias da greve nos contracheques, conseqüência nefasta da condução do sindicato a serviço de uma política equivocada, com interesse de desgastar o governo federal e não de obter a aprovação do projeto de lei. Novamente eu pergunto: é assim que pretendiam gerir o Sintrajufe? Teríamos uma gestão que penalizaria os servidores pelas más decisões tomadas pelas direções da entidade?
A avaliação que nos diz a lógica é que não, companheiros e companheiras. Não é racional jogar o patrimônio e a respeitabilidade política conquistada pelo Sintrajufe, em anos de condução responsável da entidade nas mãos de aventureiros cujo único compromisso é com o desmonte do sindicato, com o desgaste da CUT e com a oposição a “tudo e a todos”. A categoria demonstrou nas votações do dia 28 de junho que tem clareza e discernimento e não se deixou levar pelo discurso sem proposta de construção. Afinal, qual a alternativa que nos oferecem como unidade na organização dos trabalhadores, se atacam tão diretamente à CUT? Que entidade defendem que possa atuar à frente da classe trabalhadora? Por que não clarearam esse ponto na campanha?

RESGATE: Em 2004, a Chapa que foi eleita, hoje direção, obteve 60% dos votos e as duas chapas que se inscreveram, à época, tiveram os percentuais de 17,5% e de 20% dos votos válidos.
Nessa eleição para a gestão de 2007/2010, a Chapa 1 – MAIS – Pra continuar conquistando, obteve 62% dos votos, em um universo de votantes de 2793 e a chapa 2 obteve 38% dos votos.
Ou seja, a direção venceu as eleições e atingiu 60% dos votos em 2004 e o espaço reservado à oposição, representada em duas chapas, foi de 37,5% e, em 2007, esse mesmo espaço, representado por uma chapa de oposição (a outra chapa perdeu o prazo para a inscrição), foi de 38% dos votos válidos.
Esses dados mostram o crescimento da Chapa 1, hoje vencedora do pleito, em dois por cento, demonstrando credibilidade por parte da categoria e confiança na gestão da entidade.

Meu cumprimento aos componentes da chapa 2 e a todos os seus apoiadores e apoiadoras. Parabéns a toda a categoria pelas eleições do Sintrajufe, aos sindicalizados e a todos aqueles e aquelas que votaram no pleito, especialmente.
Um lamento especial por aqueles que não puderam participar da disputa eleitoral e tentaram, de diversas formas, interferir no processo.

Vamos juntos trabalhar, participar mais e conquistar ainda MAIS.
Saudações a todos e a todas,

Cristina Lemos
Servidora da JF