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segunda-feira, 7 de abril de 2008

4º Encontro Nacional de Comunicação da FENAJUFE



O Encontro de Comunicação da Federação, nesse ano, teve formato muito menor em relação aos anos anteriores. Em 2006, na cidade de Belo Horizonte, o encontro foi mais longo e possibilitou aos sindicatos presentes maior debate e integração.
Em 2008, o encontro se realizou em Recife-PE e o público, em muito, se confundia com os delegados eleitos à XIV Plenária da Fenajufe, o que poderia ter sido muito positivo se houvesse oportunidade para a troca de idéias de forma mais organizada, se houvesse oficinas e painéis dos sindicatos envolvidos. A crítica foi colocada pelo colega Roberto Ponciano, coordenador da comunicação e imprensa do Sisejufe/RJ, e corroborada por Cristina Lemos, do Sintrajufe/RS.
Todavia, o painel de Márcio Pochmann, do IPEA e professor da UNICAMP, foi provocação garantida aos participantes. Trouxe diversos questionamentos aos sindicalistas presentes e evidenciou que a rotina da Comunicação e a da Formação sindical devem estar unidas.
Márcio Pochmann afirma que a redução da jornada de trabalho é um desafio a ser enfrentado e que, na sociedade atual, "não há razão técnica para que se trabalhe mais do 12(doze) horas por semana". As horas excedentes são para geração de riqueza que não tem revertido para o bem-estar dos trabalhadores e sim para a acumulação de capital.
Ele questionou o papel dos sindicatos na atualidade: "Os sindicatos querem combater o capitalismo ou conservar os privilégios que alguns trabalhadores conquistaram? Qual o papel do sindicato: vender mais caro a força de trabalho ou transformar a sociedade?"
"Nossa visão vem se apequenando", afirma.
O painelista criticou de forma contundente a atuação da esquerda frente ao domínio dos meios de comunicação pelas grandes redes de mídia, afirmou que "a disputa pela opinião pública é semelhante à do time de futebol da segunda divisão do interior - que vai jogar uma vez por ano em um estádio que não é seu, com a torcida que não é sua e com o juiz que (provavelmente) esteja comprado". A esquerda possui, dessa forma, raros momentos de visibilidade e de entrevista em terreno que não é de seu domínio.
Por fim, apontou um fato que deverá ser avaliado na entidades, que não há investimento em conhecimento e em cursos de formação e de informação, enquanto que as empresas têm investido largamente na capacitação de seus profissionais, atingindo adesão às ideologias do capital.