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sexta-feira, 11 de abril de 2008

Saúde no RS - Governo Yeda aposta no caos e Educadores exigem fim do desmonte da educação e respostas às reivindicações


Com temperatura superior a 30 graus, professores e funcionários de escola realizaram na tarde da quarta-feira 9/4 uma passeata pelas ruas do centro de Porto Alegre. A manifestação foi finalizada com um ato público na Praça da Matriz, guarnecida por um forte aparato policial. O CPERS/Sindicato voltou a cobrar do governo do Estado o fim do processo de desmonte dos serviços públicos, em especial da educação. Também cobrou reajuste salarial, concursos públicos para professores e funcionários e manutenção do IPE público.
Às 13 horas, em frente à sede do sindicato, os educadores começaram a concentração. Uma hora depois, a caminhada seguiu pelas ruas Alberto Bins, Otávio Rocha e Dr. Flores. No acesso à avenida Mauá, a passeata foi interrompida pela Brigada Militar. Foram cerca de 30 minutos de negociações até a liberação da via. A primeira parada aconteceu na Secretaria da Fazenda, onde alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Jardim Vila Nova esperavam com cartazes cobrando professores de inglês, português e artes. Também reivindicavam orientador educacional, supervisor escolar, monitores e muros de proteção para a escola.
Às 15h10 os educadores deixaram a Secretaria da Fazenda. Pela rua Bento Martins seguiram em direção à rua Duque de Caxias, onde localiza-se o Palácio Piratini. Já na Praça da Matriz, a presidente do CPERS/Sindicato, Simone Goldschmidt, usou o microfone para expressar perplexidade com o forte aparato militar para, segundo ela, conter "os bárbaros educadores". A grade de proteção, antes colocada apenas para permitir o tráfego em frente ao Palácio, desta vez estava quase no limite da calçada da praça. "A cada dia de Governo Yeda, aumenta a repressão", bradou Simone. Antes disso, ela e outros dirigentes do sindicato tiveram que negociar a utilização do carro de som. O motorista chegou a receber ordem de prisão.
Os trabalhadores em educação criticaram durante a passeata e o ato público a criminalização dos movimentos sociais. Falas da secretária da Educação, Mariza Abreu, e do Subcomandante da Brigada Militar, Cel. Mendes, foram citadas. Ambas se referiam aos pobres como "problemas sociais". Em entrevista a um jornal de Porto Alegre, a secretária atribuiu ao ingresso dos pobres nas escolas públicas parte dos problemas atuais da educação. Já o Cel. Mendes, em recente debate, se referiu aos moradores de rua como lixos da sociedade. E esses são nomes de confiança da governadora Yeda Crusius!
Seriamente ameaçada, a gestão democrática foi lembrada durante a manifestação. Não há interesse da Secretaria da Educação em manter o processo atual, que prevê a ampla participação da comunidade escolar.
Os educadores deixaram à Praça da Matriz por volta das 16h30. Voltaram para suas regiões de origem com a certeza da necessidade de fortes manifestações na próxima semana, quando serão realizadas paralisações regionais. O cronograma, no entanto, começa na próxima sexta-feira 11 em Cruz Alta. No próximo dia 25 a categoria volta a se reunir em Assembléia Geral, no Gigantinho, em Porto Alegre.
Após o ato, na rua Cel. Vicente, o carro de som locado pelo sindicato foi detido por agentes da EPTC e da BM. Usaram como argumentos usados para recolher o caminhão o som alto na Praça da Matriz, o estacionamento em faixa de pedestre e, acredite se quiser, pneus carecas. A detenção foi classificada como "vingancinha", uma atitude pequena do comando da BM.

Fonte:http://www.cpers.com.br/portal2/
João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
e http://vitalbarbosa.blogspot.com