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segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sintrajufe participa de Evento no TRT4 e debate o mundo do trabalho


O Tribunal Regional do Trabalho abriu nova exposição do Memorial nessa segunda-feira, dia 19/05/08,com o tema "Documento é Legal - a Carteira de Trabalho".
Na mesa de abertura, além das representações dos juízes, estava presente a Diretora da Secretaria de Formação, Cultura e Lazer do Sintrajufe, Bárbara Kern Wilbert, representando os trabalhadores. O Sindicato foi uma das entidades parceiras no evento, o qual trouxe o Economista e diretor do IPEA - Márcio Pochmann - a Porto Alegre. Pochmann abriu o painel com análise do mundo do trabalho, desde o início da Revolução Industrial e da legislação trabalhista em âmbito internacional. Analisou as condições políticas que permearam o avanço das lutas dos trabalhadores e o estabelecimento de um padrão civilizatório (conjunto de direitos), o qual inclui a delimitação da jornada de trabalho, geração de tributos e o welfare state (estado de bem-estar social) com criação de fundos públicos para a manutenção e sobrevivência de outras camadas da sociedade(como os deficientes fisicos e mentais, aposentados, etc).
O economista dirigiu sua visão às condições de trabalho no Brasil, desde o início do século XX e refletiu que a carteira de trabalho é um fruto do Estado Novo de Getúlio Vargas, ou seja, a consolidação dos direitos trabalhistas veio de maneira autoritária. Lembrou que a Carteira de Trabalho chegou para disciplinar uma nova relação de trabalho, essencialmente urbana, e que nao rompia com o velho sistema rural existente no pais.
Márcio Pochmann reiterou a tese de que, com as condições tecnológicas à disposição, não existe razão técnica para que a jornada de trabalho seja superior a 12 horas semanais. Falou da necessidade de sociabilização e de preparo para o aproveitamento das horas livres por parte da classe trabalhadora, inclusive modificando a escola que temos hoje, pois a cada momento "sabemos mais sobre menos coisas", de acordo com a tendência à especialização do ensino.
Ele referiu, ainda, que a redução da jornada de trabalho deverá ser a tônica da luta dos trabalhadores na sociedade pós-industrial e que "não há pressão em torno disso".
Após breve debate, houve confraternização no andar do memorial do TRT4, com o músico Jean Melgar, artista conhecido da categoria.