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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Jornada contra a Violência debate Segurança no Estado


O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, a Federação dos Bancários, o Sintrajufe, o Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, a ONG Guayi, o Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, o Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, a UGEIRM, a UFRGS, o DCE da UFRGS e outras entidades realizaram de 14 a 24 de junho de 2009, a JORNADA CONTRA A VIOLÊNCIA E POR JUSTIÇA SOCIAL. A jornada propunha o debate amplo acerca das diversas formas de combate à violência através da reestruturação social, da inclusão e do trabalho contínuo de integração nas comunidades das crianças e dos jovens em situação de vulnerabilidade social. A abertura oficial, na terça, dia 16/06, contou com a representação do Ministério da Justiça Ronaldo Teixeira, que trouxe a notícia do início dos trabalhos no novo "Território de Paz" em Porto Alegre, previsto para ser instalado em 24/06, na Vila Bom Jesus. O chamado território de paz prevê verbas do PRONASCI - Programa Nacional de Segurança com Cidadania, do Ministério da Justiça, o qual traz investimento financeiro para a ampliação de escolas, de creches, de áreas de esporte e de lazer para o abrigo e inclusão de meninos e de meninas. Traz também, investimentos em bolsas para programas de qualificação de militares, criação de grupos de mães, as quais podem atuar identificando na convivência interna do bairro as possíveis situações de risco para acolhimento e tratamento multidisciplinar dos(as) crianças e dos(as)jovens, visando ao combate ao consumo de drogas, do aliciamento de crianças para a criminalidade e visando à inclusão social no sentido mais amplo da cidadania. Ronaldo Teixeira complementou com dados referentes a outros territórios de paz já instalados em capitais com alto índice de violência, como São Paulo e Recife e trouxe os números ligados à cidade de Santo Amaro, na Grande São Paulo, a qual possuía o índice de 10 homicídios antes do início dos trabalhos
ligados ao PRONASCI e que, em menos de 6 meses, este número caiu para 02 na região.
O Presidente do Sindibancários, Juberlei Bacelo, salientou a importância dos sindicatos e da sociedade organizada se envolverem no debate sobre a violência ligado à inclusão social, para que não se caia na armadilha de relacionar a diminuição da violência ao armamento e à ampliação de força policial, o que apenas agrava a situação e amplia o problema e aprofunda a marginalização.
O antropólogo Luiz Eduardo Soares (foto) expôs no seu painel a situação de Nova Iguaçu-RJ, em que a principal força opressora que atua sobre a comunidade é a força policial e em que os jovens vêm recebendo tratamento cada vez mais violento e sem o respeito aos direitos humanos. Propôs um trabalho integrado da sociedade no sentido de ampliar o entendimento do que é segurança e de como obtê-la, demonstrando preocupação com as Conferência Municipais e Estaduais de Segurança Pública, as quais visam integração à Conferência Nacional de Segurança Pública, em Brasília. Lembrou a todos os presentes que a atuação do Estado necessita de fiscalização e de envolvimento do conjunto da sociedade, para que as políticas públicas sejam de Estado e não políticas públicas de governo, sendo apenas sazonais e sem aprofundamento nas causas dos problemas. Para possibilitar o debate mais amplo, o Sintrajufe (Zé Oliveira) e o Sindicato dos Metalúrgicos (Claudir) abriram mão do tempo de fala na mesa de abertura para aumentar o tempo de debate com o plenário. Infelizmente, a oportunidade para o contraponto após a exposição de Luiz Eduardo e de Ronaldo Teixeira ficou prejudicada, tendo em vista que o membro do MJ teve de se retirar para viagem de retorno.

Na tarde do dia 18/06, quinta-feira, várias entidades puderam expor as áreas de trabalho na inclusão social e abertura de oportunidades. Dentre elas, foi a vez do Sintrajufe, diretor Sérgio Amorim, falar sobre o Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, o qual funciona no Cristal e de sua repercussão na comunidade: o telecentro, os cursos oferecidos, o oncentivo ao uso do software livre; a capacitação de jovens na produção audiovisual, com o apoio e a verba do Ministério da Cultura, cujo objetivo é o de instalar mais de 700 pontos de cultura no Brasil até 2010.
A exposição da OSCIP Guayi, foi feita por Helena Bonumá, demonstrou o recrudescimento da violência na região do Cristal nas comunidades em que atua o Ponto de Cultura e de suas repercussões na formação e na geração de renda aos participantes.
Veja mais: Quilombo do Sopapo

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