Debate da CUT no FST, no Hotel Everest |
Mudanças Climáticas e Mercantilização da Água
Mesa de Abertura no evento capitaneado pela CUT no primeiro dia das mesas do Fórum Social Temático, realizado no Hotel Everest, em Porto Alegre reuniu ativistas, sindicalistas e trabalhadores(as) de diversos pontos do mundo.
Estavam presentes João Felício, Secretário de Relações Internacionais e Carmen Helena Ferreira, Secretária do Meio Ambiente, da CUT Nacional, e da CUT-RS, Loricardo de Oliveira, Secretário de Administração e Finanças e Marcos Todt, Secretário do Meio Ambiente.
As discussões apontam para uma organização mundial de trabalhadores(as) em torno da pauta da RIO + 20, evento que reunirá novamente os líderes mundiais para apresentarem o que se passou após as decisões tomadas pelos países para a contenção da emissão de gases na atmosfera e em relação aos créditos de carbono, na RIO 1992, no Brasil e em (Protocolo de) Kyoto, no Japão.
A secretária da CUT, a paraense Carmen, lembrou que os múltiplos compromissos assumidos pelos países participantes da RIO 1992 e que vêm sendo reafirmados em Conferências como as de Copenhague, Cancún e Durban, estão muito longe de serem cumpridos.
"O Brasil assumiu em Copenhague um compromisso voluntário importante para a redução de emissão de gases. Hoje temos uma lei e um processo para corte de 12 setores na emissão dos gases". Afirmou que há planos nacionais e estaduais para adaptação a essas diretrizes.
Relatou que o documento convocatório para a RIO + 20 que foi enviado à ONU - Organização das Nações Unidas continha mais de 60 (sessenta) páginas e que dessas, permaneceram apenas 19 (dezenove) páginas com muito discurso e poucos compromissos reais a serem propostos no encontro, programado para junho deste ano, na cidade do Rio de Janeiro.
Carmen fez uma pequena análise de manchetes em diferentes jornais do país, noticiando eventos climáticos como as secas na Amazônia nos anos de 2005 e 2010 e, na região Sul, a grande seca dos últimos verões (como em 2011 e 2012), para as quais nunca se aborda qualquer tipo de política pública de prevenção por parte dos sucessivos governos federais.
Reforçou que o papel da Central e de outras entidades é de puxar essa pauta de discussões com os trabalhadores(as) para preparar uma reação do poder público e uma política efetiva de proteção aos moradores de áreas vulneráveis, bem como aos agricultores e a toda a população atingida.
O Falso selo "Verde"
A Secretária do Meio Ambiente da CUT reforçou, ainda, que muito do que acontece nesse campo do meio ambiente vem sendo utilizado de forma moldada pelo marketing das empresas, como por exemplo a chamada "Economia Verde" e os diversos selos de "verde" e de falsa sustentabilidade que vêm sendo distribuídos no mercado de consumo, para os quais não há nenhum controle.
Por fim, abordou o tema do Código Florestal Brasileiro e das diversas disputas que vêm se dando em torno do texto final aprovado pelo Congresso, o qual não reflete as exigências dos movimentos sociais e campesinos no país; abordou o tema da aprovação da PEC do Trabalho Escravo, que precisa ser retomada e da regulamentação da Convenção 151 da OIT, a qual inclui a formalização do respeito à organização sindical e a Negociação Coletiva no setor público.
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