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quarta-feira, 7 de março de 2012

Palestina no FST Fórum Social Temático de Porto Alegre - Apartheid de Água na Palestina

Mari Mantovani, da Organização Stop the Wall, Palestina,
Seminário da CUT do FST, em 26/01/2012
Mari Mantovani - Organização Stop the Wall - Palestina


Em um espanhol bastante articulado, Mari Mantovani, da Stop the Wall, trouxe uma denúncia importante para os Ocidentais: a disputa que hoje se dá na Faixa de Gaza e na Palestina é em torno dos reservatórios de água e de quem tem o controle das redes que levam água potável às populações. "Israel vem atacando a Palestina" - relatou.



Lembrou que há cerca de dois meses, houve um ato e uma caminhada nas ruas da Palestina, a qual reunia estudantes e sociedade civil em torno de reivindicações e denúncias de segregação e da violência com que vem seendo tratados.
Na ocasião, um jovem foi brutalmente assassinado com um tiro no rosto, desferido por um soldado israelense, no meio das pessoas em movimento.
Falou que a imprensa mundial não noticia a violência a que são submetidos reiteradamente na região.
Relatou que a água consumida em Israel vem dos territórios ocupados pelos Palestinos e que o rio que antes ia até o Mar Morto, hoje não chega mais até lá. Uma das principais denúncias de Mari foi a de que há leis baixadas para a "Negação da Água" por Israel, como por exemplo a lei que proíbe aos palestinos a abertura de novos poços artesianos.

Os poços artesianos podem ser a única saída para a sobrevivência, tendo em vista que a rede de água potável não atinge a maior parte da população e que a empresa que opera a distribuição cobra taxas mais altas do povo palestino.

Fez duras críticas à empresa estatal israelense que explora a distribuição da água, no seu entender, roubando a água do território do povo palestino, a MEKOROT.

A partir desse relato, lembrou alguns fatos relacionados, denunciando uso desmedido e descontrolado da água, por colonos israelenses, frisando-se que a água é escassa naquela região, mas com uso limitado e extremaente caro no fornecimento aos palestinos.

Relatou que na Guerra de Gaza, em 3 semanas, foram mortos 1400 palestinos e 70 por cento da população da Faixa de Gaza ficou sem água potável.

Contou que os soldados israelitas entraram no território palestino atirando nos reservatórios de água de cada uma das casas, ou seja, mais de 8693 tanques de água foram disparados, a fim de acabar com a resistência dos que restavam.

Na sequencia, disse que os palestinos são obrigados a "comprar a água" e que os valores são bastante altos.

Disse que os tubos de fornecimento de água potável são fechados nas casas dos palestinos, mas permanecem abertos e com livre consumo nas dos israelenses que podem seguir consumindo mais de 300 metros cúbicos por dia, inclusive com uso em piscinas e em casas de luxo, enquanto que, de outra parte, os palestinos não podem sequer utilizar a água no plantio e para o preparo de alimentos.

Lamentou a presença da empresa israelense e a venda dessa "tecnologia" da MEKOROT no Brasil

Mari Mantovani discorreu sobre as ocorrências de venda de "tecnologia" da empresa Mekorot no Brasil, no estado da Bahia e, mais recentemente, no Sul, quando uma comitiva de gaúchos, Secretários municipais do governo de Porto Alegre, seguiu até Israel para conhecer de perto a empresa (veja a notícia). Lamentou que o Brasil considere a empresa apta a vender quaisquer tipos de procedimentos e de tecnologias ligadas ao fornecimento e distribuição de água ao Estado brasileiro, tendo em vista as suas práticas nefastas no seu país de origem.

Fotos: Cristina Lemos

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