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terça-feira, 18 de setembro de 2007

Marcha Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra no RS

Prezados amigos e amigas da luta pela terra,

A Marcha em direção à Fazenda Guerra completou sua primeira semana. Nestes
sete dias já podemos visualizar as dificuldades e obstáculos que teremos
pela frente. Assim como o apoio que recebemos até agora, nos fortalece nesta caminhada.
A marcha da região das Missões partiu de Bossoroca com um ato público em que cinco prefeituras da região reafirmaram seu apoio à reforma agrária e à desapropriação da fazenda Guerra. Hoje, as famílias estão em Santo Ângelo.
Partindo de Eldorado do Sul, a segunda coluna esteve em Porto Alegre, onde foram recebidos por sindicalistas, parlamentares e entidades na Esquina Democrática. Um ato em frente ao Palácio Piratini denunciou a política de desmonte do Estado e de abandono da reforma agrária no Rio Grande do Sul.
Depois, os marchantes se dirigiram ao INCRA, onde o órgão reafirmou que o decreto de desapropriação da fazenda está na casa Civil e depende apenas de uma assinatura do Presidente da República. Depois de passarem por Canoas, a marcha da região metropolitana se encontra em São Leopoldo.
Da região sul, após o ato em conjunto com a Via Campesina, denunciando os riscos ambientais e sociais da monocultura de celulose, os marchantes se dirigiram à Pelotas. No início desta semana, partiram para Bagé, onde foram monitorados desde o início por latifundiários. Na noite de ontem, os fazendeiros atiraram fogos de artifício e bombas de efeito moral contra o salão onde os trabalhadores estavam acampados. O sistema elétrico do local foi depredado e dois funcionários municipais que tentaram consertar o equipamento foram ameaçados de morte.
O Frei Zanatta, capuchinho que acompanha a marcha, também foi ameaçado de morte e teve seu carro depredado, com vidros quebrados, pneus cortados e pará-brisas arrancados. A Brigada Militar segue passiva em sua omissão.
Apesar destes ataques, a Marcha tem recebido apoio e solidariedade nas cidades em que passou, nas palestras em escolas, nas comunidades e paróquias. Dos estudantes, de sindicalistas, prefeituras e parlamentares.
São estes gestos, muitas vezes discretos, que nos fortalecem e nos mantêm animados em direção ao nosso destino, a Fazenda Guerra.
Seguimos em frente,
Forte abraço,

Fonte: Coordenação Estadual – MST/RS