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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O que não foi divulgado no caso das Mulheres da Via Campesina e da Ação de 8 de março de 2006


Na madrugada do dia 8 de março de 2006, mais de mil e quinhentas mulheres camponesas entram no horto florestal da empresa Aracruz Celulose em Barra do Ribeiro, próximo a Porto Alegre. A notícia espalhou-se pelo mundo, as mulheres, jovens, mães e avós foram apontadas como arruaceiras, destruidoras, vândalas... muita gente criminalizou o ato de coragem e não se perguntou: “Mas afinal, o que levaria as mulheres a saírem de suas casas na madrugada do Dia Internacional da Mulher e fazer um ato de coragem destes"?

Já faz muitos anos que as mulheres camponesas vêm trabalhando e alertando a sociedade sobre
o desrespeito com a natureza em nome do lucro, do dinheiro. Já faz muito tempo que as mulheres estão trabalhando em defesa da vida, da natureza e da sobrevivência do planeta.
Mas, a televisão, o rádio e o jornal nunca divulgaram as denúncias feitas por estas mulheres,
dos verdadeiros massacres ambientais, sociais e econômicos, praticados pelas grandes empresas como a Aracruz;
- dos bilhões que saem dos cofres públicos direto para estas grandes empresas, enquanto a agricultura camponesa nada recebe;
- da existência de trabalho escravo,
- de invasão de terras indígenas, quilombolas ou de pequenas/os produtoras/es a custa de muita violência e mortes.
Isto não é notícia porque a empresa Aracruz, como outras, responsável por todas estas violências, financia os Meios de Comunicação, garantindo a defesa de seus interesses e das elites.

Se estas mulheres chegaram a este ato de coragem é porque alguma coisa está errada.
O ato foi de denúncia, foi um grito para que a sociedade pudesse enxergar algo que não
está vendo, mas que está destruindo com os nossos rios e nossos animais, com a diversidade
da natureza e mesmo com as nossas vidas.
Assim, no dia 8 de março, quando mais de mil e quinhentas mulheres entraram no
Horto Florestal, em Barra do Ribeiro, elas pensavam no futuro do planeta e denunciavam,
para que fossem punidos, os verdadeiros criminosos da monocultura, do agronegócio
do reflorestamento.
Foi um apelo em defesa da vida.
Fonte: MMM - Marcha Mundial das Mulheres http://www.marchamundialdasmulheres.org/