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quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Simpósio de Formação de Trabalhadores, em Lima/Peru, reforça a luta contra globalização neoliberal

Membro da executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores, José Celestino Lourenço (Tino) participou de 5 a 7 de setembro em Lima, no Peru, do Simpósio "Desafios da Formação na Nova Confederação Sindical das Américas - A educação sindical como elemento estratégico para fortalecer o processo de unidade da classe trabalhadora". O evento, convocado pela Organização Regional Interamericana de Trabalhadores (ORIT), reuniu dirigentes sindicais da Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, Guatemala, El Salvador, República Dominicana, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela, contando com representantes da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), da Região Andina e da América Central. Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, Tino, que é secretário de Formação da CUT nacional, faz uma avaliação do encontro para "potencializar o protagonismo da classe trabalhadora na construção social e na socialização de um pensamento alternativo que disputa a hegemonia na luta contra a globalização neoliberal excludente e por trabalho decente".

Quais as principais definições?


Tanto a luta contra a globalização neoliberal excludente quanto a luta por trabalho decente, foram definições estabelecidas no congresso da Central Sindical Internacional (CSI). Neste sentido também há a necessidade de ser aprovado e implementado pela CSI um grupo de trabalho que consiga estabelecer uma política de formação descentralizada, mas ao mesmo tempo continentalmente articulada. Esta compreensão deriva da nossa experiência de consolidação de uma Rede. Era o que tínhamos quando havia um Núcleo Nacional de Gestão, constituído por representações das CUTs estaduais, através das Secretarias de Formação, da Secretaria Nacional de Formação dos Ramos, das Escolas e, naturalmente, da Secretaria Nacional de Formação da CUT, que era um desenho altamente positivo e democrático, pois além de fazer a concretização da política, elaborava estratégias. Isso possibilitará que os dirigentes tenham uma leitura mais precisa da conjuntura, capaz de construir críticas consistentes à estratégia neoliberal e de formular políticas alternativas. Ou seja, é preciso discutir qual é o papel dos estados-nação com vistas a um desenvolvimento sustentável e é claro com distribuição de renda e trabalho decente, que seja capaz de fomentar a solidariedade entre os trabalhadores e não a competição, como preconizam as políticas neoliberais.

Como secretário de Formação da CUT, integraste a mesa sobre os Desafios da Formação Sindical na construção de um novo sindicalismo. Quais são eles?

A primeira mesa foi fundamental, porque estabeleceu a linha política, o debate político do simpósio. Deixamos claro que a disputa de concepção se dá em dois campos: no da política, quando o neoliberalismo prega um imaginário social a partir da queda do muro de Berlim, quando o mundo teria se transformado numa aldeia global, com o fim das ideologias, das classes e da própria história, e também no campo da produção, quando há uma sobreposição do trabalho morto, ou seja das máquinas, sobre o trabalho vivo, a força de trabalho, fazendo uma transferência de responsabilidade, que os trabalhadores são os responsáveis pela redução da produtividade das empresas. Todas as outras mesas utilizaram da nossa intervenção para pautar o debate. Além disso, também formulamos o documento final para ser enviado ao Cinterfor/OIT (Centro Latino-Americano de Investigação e Documentação sobre Formação Profissional), que fortalece a posição da bancada dos trabalhadores em relação às linhas que devem ser adotadas quanto à formação profissional, como certificação da competência, a questão da intervenção dos trabalhadores no espaço de gestão e formulação das políticas.

O problema não seria do sistema excludente, mas do indivíduo... Os inempregáveis de FHC.

É isso. Assim, o problema seria da baixa escolarização, consequentemente da baixa qualificação profissional, não do sistema neoliberal excludente. Neste entendimento elitista, a educação pública também não é capaz de dar respostas, pois seria ineficiente para atender às novas demandas colocadas pelo mercado. Ou seja, defendem que é necessário transformar a educação pública numa educação mercadológica e não numa educação que forme sujeitos críticos da realidade, capazes de propor, questionar e transformar o sistema. Outro debate que foi pautado é que a formação sindical não pode ser considerada apartada da organização sindical, pois ela é reflexo das lutas, dos desafios colocados. Consideramos que a formação deve ser considerada estratégica, para dar suporte à organização. Não há como forjar um novo sindicalismo internacional se não tivermos uma compreensão clara desta relação. Esta luta contra a globalização neoliberal e por trabalho decente não se concretiza, se não acreditarmos primeiramente que uma outra globalização é possível, que tenha a classe trabalhadora como motor, como elemento protagônico.

Fonte: www.cut.org.br - por Leonardo Severo

Um comentário:

  1. é o que mais se vê no dia a dia a jornada
    tripla de nós mulheres do nordeste até aí
    onde estas agora Cristina Lemos - Vendo Colméias hoje indicação da profa.Elvira Bezerra
    vi sua luta e fé pra frente essa luta é nossa
    bonita!!!Próspere Mirtes Costa-
    (costamir@hotmail.com)

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